A Red Bull não está, definitivamente, a conseguir os motores que pretende para 2016 e o seu patrão já colocou o final de Outubro como prazo inultrapassável para tomar uma decisão. Porque, depois da «nega» da Mercedes, também a Ferrari se recusou a fornecer os melhores motores à equipa austríaca… Agora, parecem restar duas hipóteses à Red Bull: o abandono da F1 ou… a reconciliação com a Renault com quem ainda não rescindiu o contrato válido até final de 2016!
Segundo revelou a revista alemã «Auto Motor und Sport», Dietrich Mateschitz, patrão da Red Bull, e Sergio Marcchione, presidente da Ferrari, encontraram-se recentemente, com o italiano a reafirmar a impossibilidade de disponibilizar motores com as especificações de 2016, ou seja, iguais aos da equipa oficial. O que significa que Marchionne foi sensível aos argumentos do director-técnico da Scuderia, James Allison…
Marchionne terá garantido a disponibilidade da Ferrari em fornecer a Red Bull e a Toro Rosso, mas com motores da versão que terminará a presente temporada. Proposta que Mateschitz terá declinado, impondo o final deste mês como limite para encontrar uma solução para a sua equipa dispor de um motor competitivo, antes de optar pelo abandono puro e simples…
Já em Sochi, Maurizio Arrivabene, da Ferrari, foi muito claro: «A Red Bull não tem motores para 2016 mas não somos nós os responsáveis! Na F1 tudo tem de ser planificado com muita antecedência e para fornecermos a especificação de 2016 a outra equipa teríamos de alterar o nosso programa de desenvolvimento e produção».
Arrivabene acusa mesmo a Red Bull de estar nesta situação por culpa própria: «Eles estavam certos de que teriam motores Mercedes em 2016, de tal forma que decidiram separar-se da Renault antes mesmo de assinarem qualquer contrato com a Mercedes! Mas a Mercedes disse-lhes que não e só depois disso vieram procurar-nos. Se o têm feito mais cedo, digamos em Junho, talvez pudéssemos ter pensado nisso, mas só vieram falar connosco em Monza…».
E o que resta à Red Bull que parece estar num beco… de saídas muito apertadas? O abandono prometido por Mateschitz, restando ver o que sucede em termos de multa pelo incumprimento do acordo em que se comprometeu a manter a equipa na F1 até 2020, bem como no que se passará com a Toro Rosso (a Ferrari já assumiu a disponibilidade de lhe fornecer motores). Uma tentativa de reconciliação com a Renault, recuperando o contrato válido até final de 2016, embora já sem garantias de tratamento preferencial, dado que a marca francesa terá a sua própria equipa. Ou uma terceira via…
Interrogado, no «paddock» de Sochi sobre a possibilidade de fazer o que Ross Brawn fez em 2009, quando a Honda abandonou repentinamente a F1 e o britânico assumiu o controlo da equipa, não a deixando morrer – acabando até por ser campeão do Mundo! –, Christian Horner, director da Red Bull, largou um lacónico: «Se calhar terei de dar esse passo, não é?...».