O francês Pierre Gasly vai já avançar com a sua estreia na fórmula 1, ao alinhar em quase todos os Grandes Prémios até ao final do ano, no Toro Rosso habitualmente guiado por Daniil Kvyat. O russo, com uma época bastante apagada (4 pontos, face aos 48 do colega de equipa) foi a principal vítima de uma situação complexa em que a sua única culpa foi… não ter estado ao nível a que se esperava ao longo deste ano.
«Por uma série de razões, algumas por problemas técnicos, outras por erros da sua responsabilidade, o Daniil não tem mostrado este ano o seu verdadeiro potencial e por isso iremos deixá-lo de fora nas próximas corridas», declarou Franz Tost, director da Toro Rosso. «Isso irá dar-nos a oportunidade de avaliar o Pierre Gasly, o piloto que está na calha para ser o próximo na F1, segundo o programa de jovens valores do Red Bull Junior Team, ao longo de vários fins-de-semana completos de Grandes Prémios».
O francês poderá mesmo correr cinco das seis provas que faltam até final do ano, apenas tendo de faltar ao G.P. dos Estados Unidos, por coincidir com a derradeira e decisiva corrida da japonesa Super Formula, onde poderá ser campeão, juntando mais um título ao do GP2. É natural que, em Austin, Kvyat volte a ocupar o habitáculo do Toro Rosso
«Gostaria de agradecer a todos os que me proporcionaram esta enorme oportunidade para a aminha carreira, em especial à Red Bull, ao Dr. Marko e à Scuderia Toro Rosso. Sinto-me totalmente preparado, depois de ter desempenhado, ao longo do ano, o papel de terceiro piloto na Red Bull. Vou dar tudo para que as coisas corram bem nas próximas corridas com a Toro Rosso», disse o francês que alinhará na equipa com que já tinha testado no ano passado. As palavras de circunstância de Pierre Gasly já estavam prontas há algum tempo, pois esta possibilidade de correr em Sepang já vem sendo falada há algumas semanas.
Não era suposto era ser no lugar de Daniil Kvyat, por isso dizermos que o russo acaba por ser uma espécie de «dano colateral» de toda uma situação negocial confusa que se arrastou demais, até chegar a um beco sem saída. Gasly deveria ocupar o lugar de Carlos Sainz que, como já aqui adiantámos, estava para se estrear na Malásia a guiar para a Renault. No entanto, quando Jonathan Palmer, pai e «manager» de Jolyon Palmer, «explicou» à equipa francesa que teria de pagar sete milhões de euros para que o filho não terminasse a época, todos os planos ficaram «congelados» e Gasly, teoricamente, sem lugar.
Contudo, a vontade da Red Bull era mesmo ver o piloto francês a evoluir em fins-de-semana de Grande Prémio para decidir se estará à altura do desafio que espera a Toro Rosso no próximo ano, na sua primeira época com a Honda. A solução foi, pois, arranjar lugar para Gasly à custa de Kvyat. E estará o russo seguro para 2018?! Para já tem dois pontos a seu favor, se bem que nada tenha feito em relação a qualquer deles: não há nenhum piloto japonês com pontos para ter superlicença de F1 que possa ser «aconselhado» pela Honda; e no programa do Junior Team também não há ninguém pronto para «dar o salto»… Chegará isso para o russo ter mais uma oportunidade?...