Christian Horner, director da Red Bull, tem sido, justiça lhe seja feita, uma das vozes dissonantes do Grupo Estratégico da F1 em relação às limitações cada vez mais restritas do número de motores. E vai voltar a insistir para que se esqueça a redução, prevista para 2018, de três grupos propulsores por piloto para toda a época que, ainda por cima, terá 21 corridas!
No domingo, antes da corrida que teve uma grelha toda baralhada com penalizações aplicadas a nove pilotos, Horner comentava com alguma piada aos microfones da «Sky Sports»: «Parece que o oxigénio que se respira nas reuniões do Grupo Estratégico é diferente do que respiramos cá fora e que afecta o bom senso de quem lá entra…». Por isso quer voltar a alertar os seus parceiros (já o fez no início do ano, sem sucesso) para o disparate que será limitar a três motores o «stock» utilizável no próximo ano antes de começarem a «chove» penalizações…
Pelo caminho, volta a criticar os actuais motores V6 híbridos, embora aqui seja suspeito porque foi com esta mudança de mecânicas que a sua equipa perdeu a posição dominante de que gozava… «Este motor não trouxe nada de positivo à F1 desde que foi introduzido. Mas agora, o que me preocupa é ter apenas três motores no próximo ano com mais corridas. Esse devia ser o assunto n.º 1 da agenda da próxima reunião do Grupo Estratégico. Tentei mudar as coisas no início do ano, mas não recebi apoio. Espero que agora seja diferente, com as equipas a perceberem a quantidade de penalizações que ainda haverá até ao final deste ano!».
O director da Red Bull quer ainda que a forma de aplicação das penalizações seja alterada e dá o exemplo da prova de Monza: «Nem nós percebemos bem… Mesmo quando íamos para a grelha estávamos a tentar perceber se o Max largava de 12.º ou 13.º, porque o Perez tinha sido penalizado, mas não sabíamos se tinha sido antes ou depois de outro piloto… É demasiado confuso e será uma pena se este campeonato se decidir por causa de penalizações na grelha...».
Por fim, Christian Horner coloca até em causa que, a partir de ceto número, a redução do número de motores autorizados sirva mesmo para baixar os custos que era a ideia original. Até porque os componentes de longa duração agora usados acabam também por se mais caros… «É claro que já não estamos a poupa nada, porque os motores andam na mesma a viajar à volta do Mundo e a serem usados, com as equipas a serem penalizadas. Deveríamos voltar a uma situação mais equilibrada, talvez cinco motores seja o número certo, em vez de passar de quatro para três».
Pode achar cinco um número razoável, mas a sua equipa estreou, em Monza, a quinta unidade de vários componentes do grupo propulsor da Renault… ou TAG/Heuer, quando ainda faltam sete corridas para o final da época. E a McLaren/Honda já vai nos décimos componentes…