As palavras continuam a ganhar asas e a voar, no discurso com que a Red Bull vai pressionando para garantir motores competitivos para o Mundial de F1 de 2016, agora que o «divórcio» com a Renault estará a poucos dias de ser consumado. E o director da equipa austríaca, Christian Horner, garante: «Estou a fazer o meu melhor para tentar garantir um motor competitivo para o próximo ano, para mantermos o nosso forte compromisso com a F1 e uma equipa tão talentosa».
Grande contrariedade nos planos a longo prazo foi a enorme crise que se abateu sobre o Grupo VW, com a fraude electrónica em torno das medições das emissões nos Estados Unidos e a rapidez com que se espalhou um pouco por todo o Mundo. De tal forma que, interrogado acerca dos planos que a Red Bull tinha de convencer, finalmente, o Grupo VW, através da Audi, a entrar na F1 em 2018, Horner apenas desabafou: «Parece que se desfizeram em fumo…». Porque certamente que o grupo alemão terá, nos próximos tempos, muito mais em que pensar do que em entrar na F1, além das gigantescas verbas que terá de reservar à resolução do colossal problema…
Mas Horner insiste que a hipótese de abandono da F1 não é apenas conversa... «Dietrich Mateschitz [um dos donos da Red Bull] fala muito raramente, mas quando fala é melhor prestar atenção. De momento sente-se desiludido com a F1 e tem sido muito consistente nas suas opiniões. E a minha missão é encontrar uma solução».
Abrindo um pouco mais o jogo, Horner explicou o que está em causa: «A posição do Red Bull Racing é diferente da de equipas como a McLaren, Williams ou Ferrari. A F1 tem de proporcionar um retorno global a nível de ‘marketing’ e, para isso, não podemos estar restringidos nas ferramentas ao nosso dispor». Ou seja, sem motor vencedor não vale a pena continuar…
E em relação ao acordo assinado com Ecclestone para a Red Bull se manter na F1 até 2020… vale o que vale! «É Ecclestone que diz tantas vezes que as circunstâncias mudam e as circunstâncias actuais são muito diferentes das que existiam quando assinámos o acordo. Queremos encontrar uma solução e estamos a trabalhar intensamente nos bastidores para o conseguirmos, mas há muitas coisas que não estão nas nossas mãos… Mas estamos a fazer tudo para que a Red Bull continue na F1 até 2020 e, de preferência, para além disso».