Já se sabe que as relações entre Red Bull (mais Toro Rosso) e a Renault não estão a atravessar os melhores dias e que a separação está já mais ou menos anunciada, restando ver se se cumprirá, de facto, o que ambas as partes juram a pés juntos: o cumprimento do contrato que as liga até final de 2016.
Por vontade da Red Bull, é provável que corresse já para os «braços» da Mercedes – há rumores que apontam para isso já no próximo ano… –, mas isso teria certamente custos elevados face à Renault. Esta, por seu turno, já fez saber que em Setembro tomará uma decisão quanto ao seu futuro na F1 que pode ir desde comprar uma equipa – Lotus, talvez, assim se esclareça a sua verdadeira situação financeira – para voltar a ser uma escuderia oficial até… ao abandono puro e simples da F1!
Uma coisa é certa, o falhanço claro da motorização V6 turbo híbrida da Renault está a ter custos demasiado elevados para o construtor francês, cujo plano de negócios previa facturar cerca de 60 milhões de euros com três equipas (quando só tem duas…), para amortizar os 100 milhões de investimento.
Mas a situação pode ser ainda mais delicada para a Renault, no caso de um divórcio rápido e litigioso com a Red Bull porque… há vários componentes do seu motor que dependem da equipa austríaca! Por exemplo, a bateria do sistema híbrido é construída pela Magna Steyr (empresa austríaca) sob encomenda da Red Bull. E a evolução que se espera do Renault V6 deverá contar com uma nova cabeça de motor concebida por Mario Illien, o génio dos motores que a Red Bull impôs à Renault Sport como consultor, depois dos desastrosos testes de pré-temporada…
Uma situação delicada para a marca francesa e que decorre ainda de uma decisão tomada, há longos anos, por Flavio Briatore quando este liderou a Renault Sport: com o congelamento do desenvolvimento dos então motores V8 2.4, houve uma redução de meios da estrutura francesa, por não ser necessário manter uma equipa tão grande.
Quando começou a hibridização da F1, primeiro apenas com os sistemas KERS, Briatore decidiu que a Renault Sport não deveria gastar dinheiro com isso, entregando o desenvolvimento desses sistemas às equipas que forneciam, nomeadamente à Red Bull. Passados estes anos, o «know how» da tecnologia que agora é crucial para conseguir um competitivo grupo propulsor está, assim, mais do lado da equipa do que do fornecedor de motores… A «conta» de uma decisão errada chegou agora para pagar!