Muito se falou, ao longo do fim-de-semana do G.P. da Bélgica, sobre a vontade da Red Bull de terminar o mais depressa possível, de preferência já no final deste ano, a sua relação com a Renault, com quem tem contrato até final de 2016. Disse-se mesmo que já a Mercedes já estaria preparada para lhe fornecer motores e que a Toro Rosso se voltaria a virar para a Ferrari, mas as coisas não parecem ser assim tão fáceis…
De tal forma que Christian Horner veio, após o fim-de-semana de Spa-Francorchamps, reafirmar que a equipa pretende honrar a sua ligação à Renault durante 2016. «Temos um acordo e tudo o resto é especulativo. Os nossos planos dependem dos deles que conheceremos em breve», explicou o austríaco que confirmou não haver qualquer cláusula ligada a uma «performance» mínima que pudesse justificar uma separação.
Por outro lado, Toto Wolff, director desportivo da Mercedes, também se pôs rapidamente à margem dos rumores: «Não há sequer discussões entre a Mercedes e a Red Bull, pois eles têm um parceiro e nós nunca faríamos algo assim. Enquanto eles não resolverem a situação com o seu parceiro nós não encetaremos qualquer tipo de conversações, se forem desejadas», comentou.
Por fim, o jornal espanhol «As» recordou que um divórcio imediato da Renault sairia muito caro à Red Bull e não só pela indemnização a pagar à marca francesa por quebra de contrato por, como já se viu, não haver qualquer cláusula de «performance» que a justificasse. A Renault recorreria, certamente, aos tribunais e estima-se que pudesse ser indemnizada em cerca de 40 milhões de euros. A essa verba há que somar mais 40 milhões do patrocínio da Infiniti – a marca de luxo da Nissan, logo, da Aliança Renault/Nissan… – e 10 milhões da gasolineira Total.
Por fim, os motores Mercedes custariam cerca de 20 milhões por ano à Red Bull, o que significa que este divórcio «litigioso» custaria, em 2016, algo em torno dos 110 milhões de euros! Daí o discurso de Horner, a reafirmar a vontade da Red Bull em cumprir o contrato até ao fim. E o que falta à Renault para ter um motor mais competitivo? «Há gente talentosa na Renault, mas parece-me que está subdimensionada. Quando vemos os meios que Mercedes e Ferrari colocam no desenvolvimento dos seus motores, fico com a ideia que na Renault falta um pouco de tudo, equipamentos, pessoal e, obviamente, meios financeiros».