A solução já vinha sendo falada mas acabou por ser ainda mais surpreendente, pois deixou cair o nome de qualquer construtor automóvel: a Red Bull usará, de facto, motores feitos pela Renault no Mundial de F1 de 2016 mas serão designados apenas por… TAG Heuer! Aliás, no anúncio oficial da decisão, Christian Horner, director da equipa austríaca, até anunciou como se chamará o carro do próximo ano: Red Bull Racing – TAG Heuer RB12!
Não é a primeira vez que a marca de relógios suíça põe a sua sigla num motor de F1, mas é a estreia «a solo», já que tinha estado nos motores TAG-Porsche que deram três títulos de pilotos e dois de construtores à McLaren, a partir de 1984. De qualquer forma, os motores serão feitos pela Renault, apenas não aparecendo qualquer referência, nem à marca francesa, nem a nenhuma outra (Infiniti, Nissan… ou Dacia) do grupo.
«Há muitos anos que a TAG Heuer é um ícone do mundo da Fórmula 1, com quem partilhamos os valores da inovação e o desejo de nos destacarmos da multidão, o que torna esta parceria particularmente excitante», explicou Christian Horner, director da Red Bull. «Ficámos também satisfeitos por ver a Renault confirmar o seu compromisso de longo prazo com a F1 e gostaria de agradecer a sua contribuição à nossa equipa desde 2007. A sua parceria técnica com a Ilmor dá-nos toda a confiança para abordarmos a época de 2016», concluiu.
Com este acordo, a relação entre Red Bull e Renault desanuviou-se e, aparentemente, normalizou-se, ao ponto de Helmut Marko até deixar em aberto a hipótese de a ligação à marca francesa se prolongar… além de 2016! «O acordo é só por um ano, continuamos à procura de uma alternativa para 2017», explicou Marko que, no entanto, adiantou: «A outra opção é que a Renault faça tão bom trabalho de desenvolvimento durante a época de 2016 que possamos considerar continuar a trabalhar com eles».
Este aparente desanuviamento no difícil relacionamento com a Renault deve-se, em parte, à aceitação pela marca francesa da colaboração com Mario Illien que ajudará a desenvolver o motor no próximo ano e à paridade de motores com a equipa oficial. «Teremos motores ao mesmo nível dos da equipa de fábrica e o Mario Illien colaborará, com a sua companhia Ilmor, como consultor para a evolução dos motores Renault», acrescentou Marko que, inclusive, se mostrou optimista: «Os projectos que a Renault nos mostrou parecem muito positivos. Agora têm de ser concretizados e mostrar na prática o que prometem na teoria. A questão é saber quanto tempo demorará a concretizar…».
A nível de pilotos, está assegurada a continuidade da dupla deste ano, com Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat. Marko confirmou também, ainda antes do anúncio oficial, que a Toro Rosso correrá com motores Ferrari nas especificações de 2015.