A Red Bull volta a deixar no ar a ameaça de abandonar a Fórmula 1, escudando-se na discordância em relação às novas motorizações híbridas introduzidas no ano passado. Obviamente que a enorme superioridade dos motores Mercedes face aos outros contribui em grande parte para esta «opinião». Mas convém não esquecer que a Red Bull é uma equipa diferente das outras em muitas áreas mas também na forma como está na F1: não tem um passado de competição, nasceu acima de tudo de uma manobra de «marketing» e, no dia em que o «senhor das latinhas» disser para fechar… fecha.
Foi mais ou menos isso que deixou implícito (ou até… explícito!) o responsável da Red Bull para o desporto automóvel, Helmut Marko que, depois de afirmar que a disparidade actual dos motores acabará por «matar» a F1, adiantou: «Iremos avaliar de novo a situação no próximo Verão, como o fazemos todos os anos e analisar a relação custo-benefício. Se ficarmos profundamente descontentes, há a possibilidade de abandonarmos a Fórmula 1». E Marko não se esqueceu de enviar um recado do… «senhor das latinhas»: «Claro que existe o risco de o senhor Mateschitz [o «senhor Red Bull»] perder a paixão pela F1».
Uma ameaça repetida desde que a Red Bull se viu na mó de baixo, devido à menor competitividade dos motores Renault, embora Marko desvalorize esse… «pormenor». «Estes grupos propulsores são maus para a F1 e teríamos a mesma opinião se o da Renault fosse o melhor. É um regulamento técnico incompreensível, demasiado complexo e caro. Um projectista com o talento de Adrian Newey sente-se castrado por estas regras que favorecem os motores e que acabarão por matar a F1».