Christian Horner, director da Red Bull, surpreendeu meio mundo ao propor, como forma de reduzir drasticamente os custos na Fórmula 1, que as equipas prescindissem dos caros túneis de vento em que desenvolvem a aerodinâmica dos seus monolugares!
«Se querem tomar medidas extremas e controversas, então livrem-se dos túneis de vento! O seu funcionamento custa imenso dinheiro, recuperemos a genialidade dos nossos engenheiros». Christian Horner foi mais longe, quase em tom de provocação: «Damos a todos o mesmo microchip para os programas de CFD [estudo da dinâmica de fluídos] e confiamos na massa cinzenta dos nossos engenheiros em vez da potência dos computadores ou da eficácia dos túneis de vento. Porque não ser assim tão radical? Porque não obrigar todas as equipas a usar as mesmas ferramentas?».
Horner não ficou muito tempo sem resposta à sua ideia radical. Toto Wolff, director da Mercedes, começou por ironizar: «Pensava que a proposta da Red Bull era voltar aos antigos V8 atmosféricos… Ou, se calhar, depois de analisarem os dados dos testes de Barcelona chegaram à conclusão que é melhor banir os túneis de vento…». Depois, mais a sério: «Francamente, estamos na F1, não no GP2. É um campeonato do mundo para os pilotos mas também para os engenheiros. Desfazer-nos de um instrumento que é usado há tantos anos e que faz parte do ADN da F1 não seria benéfico para este desporto».
Também a Williams se declarou contra a ideia de Horner, pela voz da responsável pela equipa, Claire Williams: «Enquanto equipa que investiu fortemente nos túneis de vento – temos dois, o segundo dos quais custou milhões – não apoiaríamos uma medida dessas». Dizendo ser a favor do controlo de custos, ressalvou: «Há muitas coisas em termos de redução de custos que se podem fazer antes de optar por tão drástica medida. Que até podia levar a poupanças a longo prazo, mas que implicaria outros custos imediatos com a compra de novas tecnologias para compensar …».