A Red Bull poderá ter resolvido, finalmente, o seu problema de motores para 2016, segundo uma história que agitou hoje os bastidores da F1. Porque, aparecendo na sequência da notícia de que a equipa poderia usar motores Renault mas sem marca, junta detalhes muitíssimo curiosos que quase transformam a Red Bull… num construtor de motores!
Uma coisa é certa, a relação de fornecimento de motores da Renault à Red Bull está definitivamente terminada, depois do dono da equipa, Dietrich Mateschitz, ter confirmado que o contrato já tinha sido desfeito, enquanto o presidente da marca francesa, Carlos Ghosn, afirmava não estar interessado em continuar com o papel de fornecedor de motores, agora que se prepara para alinhar uma equipa própria.
A solução encontrada (e a carecer de confirmação) é perfeitamente inesperada. A Renault fornecerá à Red Bull motores nas especificações finais deste ano que serão estreados no próximo Grande Prémio (Brasil), mas a equipa terá toda a liberdade de os desenvolver nas suas instalações, em separado do trabalho da marca francesa. Há duas corridas que a mais recente evolução do motor Renault (que usou 11 «fichas» de desenvolvimento) está pronta, mas nunca foi utilizada, diz-se agora, por estarem em curso negociações quanto a diversos aspectos de propriedade intelectual. Que estarão já resolvidos, permitindo a estreia no Brasil.
E esta é uma questão crucial para a solução encontrada. Porque a Red Bull colabora com o guru dos motores da Ilmor, Mario Illien, e montou na sua fábrica o chamado edifício 9 onde conta com um departamento de desenvolvimento de motores. É aí que Illien e a sua equipa se concentrarão na evolução tanto do motor de combustão interna da Renault como nos sistemas híbridos. Daí a necessidade de serem negociados os direitos de propriedade intelectual, para que as alterações a introduzir não necessitem de autorizações da marca francesa...
Ou seja, a partir do momento em que os motores saem da fábrica da Renault, seguem caminhos diferentes, com os da Red Bull a serem mexidos e evoluídos por Mario Illien e os da Lotus/Renault a serem tratados pela própria marca. O que significa que os motores da equipa austríaca não poderão levar a marca da Renault, estando em aberto duas possibilidades: caso a Aliança Renault/Nissan aceite, poderá ser baptizado Infiniti; caso contrário, ficará sem nome ou poderá ser nomeado de acordo com algum parceiro arranjado pela Red Bull.
A confirmar-se este cenário totalmente inesperado, uma saída airosa para uma crise desnecessariamente criada pela equipa austríaca… Que sempre disse que nunca seria construtora de motores e que se arrisca agora a ter de fazer os seus próprios grupos propulsores…