A Red Bull confirmou que irá mesmo experimentar a sua protecção de «cockpit» – a que chamou Aeroscreen – durante a volta de instalação no primeiro treino livre do G.P. da Rússia, amanhã de manhã. Será Daniel Ricciardo a fazer a volta com a estrutura montada e apenas com duas finalidades: ter uma opinião do piloto acerca de eventuais problemas de visibilidade; e recolher a reacção dos fãs ao visual do monolugar de F1 com este dispositivo montado.
A FIA dá como cada vez mais provável que, em 2017, os Fórmula 1 tenham algum tipo de dispositivo de protecção dos habitáculos, seja a estrutura em halo experimentada pela Ferrari nos testes de Barcelona, seja este Aeroscreen proposto pela Red Bull e que prosseguirá em testes estáticos. «Pessoalmente, esta solução é melhor do ponto de vista estético», opinou Charlie Whiting, da FIA. «Se ambas as soluções tiverem resultados igualmente positivos nos testes, duvido que queiram manter a estrutura em halo».
Já hoje o piloto australiano se exercitou para entrar e sair do habitáculo do Red Bull com o Aeroscreen montado e mostrou-se satisfeito por lhe caber a ele o teste de amanhã: «É bom que venha bem penteado porque nos dois primeiros minutos do dia terei as câmaras todas apontadas a mim!», brincou, antes de uma análise mais a sério.
«A primeira impressão foi positiva. Basicamente, parte da estrutura está alinhada com os pilares dos retrovisores, por isso não me parece que bloqueie a visibilidade. À frente é bastante aberta. É verdade que temos uma barra por cima, mas está bastante alta e fora da linha de visão. Mas é daquelas coisas que temos mesmo de experimentar na pista, porque tudo é diferente quando estamos em movimento. Foi fácil sentar-me quando estava na ‘box’ e, para já, a primeira impressão é que a visibilidade será boa».
Ricciardo quer experimentar o Aeroscreen com um espírito positivo e sem quaisquer preconceitos. «É verdade que é uma grande estrutura e que terá enorme s influências na aerodinâmica. Mas temos de ter a mente aberta às mudanças. Claro que é algo diferente, mas também em 2009 os carros ficaram muito diferentes – e também achei que eram feios… – mas habituámo-nos e acabaram por ser refinados».
E o piloto australiano reforça o lado mais importante desta experiência: «Eu tenho-me mostrado a favor de explorarmos estas vias pela questão da segurança. Se este sistema for adoptado e salvar uma vida que seja nos próximos vinte anos já terá valido a pena!», comentou Ricciardo que não se alongou quando lhe colocaram a questão dos problemas que o óleo ou a chuva poderiam colocar no Aeroscreen… «Pode haver um sistema de camadas transparentes que possam ser retiradas nos ‘pit stops’ e o óleo dispersa-se rapidamente».