Daniel Ricciardo não concede o favoritismo para o Mundial do próximo ano à Mercedes e diz mesmo que a equipa tricampeã do Mundo se arriscar a cair numa certa complacência depois de ter ganho tanto. «Se alguém tiver de apostar dirá certamente ‘porque não há-de a Mercedes vencer de novo?’ mas, sinceramente, não creio que vá ser o melhor lugar para se estar em 2017», disse o australiano, numa entrevista à cadeia de televisão, na sua cidade australiana de Perth, onde goza férias.
E explica a sua teoria com a diferença de atitude que poderá haver entre a Mercedes e a Red Bull: «Nós estamos muito longe de um estado indulgência e a Renault também se está a alimentar das suas próprias evoluções. Já a Mercedes poderia cair nesse estado de complacência depois de vários anos de domínio». O australiano garante mesmo que, pelo menos os próximos dois anos serão passados na Red Bull.
Ricciardo já viu o RB13 e já o experimentou… no simulador. «Não sei o que a Ferrari e a Mercedes estarão a fazer mas, do nosso lado, tudo parece estar no caminho certo. Sabemos que, com a carga aerodinâmica adicional, vamos precisar de mais potência, mas temos um foco muito agressivo e vamos insistir nisso».
Outro dos pontos fortes da Red Bull, segundo o australiano, é a coesão entre a dupla de pilotos, apesar da concorrência saudável. No primeiro ano de confronto, Ricciardo superiorizou-se a Verstappen, mas apreciou a qualidade do holandês: «Só valorizou mais a minha ‘performance’. De que vale ficar à frente de um piloto com um piloto mediano?...».
Mas no próximo Mundial o holandês já terá mais um ano de experiência e o duelo vai tornar-se mais acirrado. «O nosso carro deverá ser competitivo em 2017 e a batalha vai ser dura!», reconhece, Ricciardo. «Se lutarmos pelas vitórias, é óbvio que a pressão será muito maior, mas será uma óptima novidade para os dois. Mas não sou naïf, o Max vai ser um forte adversário».
Não virando a cara à luta com o colega de equipa que se adivinha emotiva – a julgar pelo espantoso duelo que travaram, este ano, na Malásia!… –, Daniel Ricciardo chama, contudo, a atenção que, antes disso, outros valores têm de ser garantidos: «Temos, naturalmente, de contar com os Mercedes e os Ferrari. Por isso teremos de colaborar para o nosso interesse comum. O novo regulamento coloca a tónica na aerodinâmica e confio nos nossos técnicos para tirarem o melhor partido dessa novidade».