Já se percebeu que, com os carros de 2017, as ultrapassagens se tornaram mais difíceis e que o DRS não tem tanta influência como sucedia até aqui. O que tem levado os pilotos a «inventarem» novos pontos de ultrapassagem raramente usados até aqui e a arriscarem manobras que antes nem precisavam de fazer, pois o DRS resolvia tudo por eles. Ou seja, em relação às ultrapassagens este ano parece caracterizar-se pela frase… «poucas mas boas»!
É também a opinião de Max Verstappen que se mostra entusiasmadíssimo com as oportunidades que os monolugares de 2017 abriram aos pilotos que gostam verdadeiramente de arriscar. «É definitivamente mais difícil que no ano passado, mas não é assim tão mau como se diz», explica o holandês. «Quando montamos pneus novos temos algumas voltas em que podemos atacar a fundo».
Se formos apenas pelos números, o panorama deste ano é desconsolador… A estatística oficial – que conta como ultrapassagem o ganho de uma posição numa volta lançada (primeira volta excluída) e mantida até cruzar de novo a linha de meta – aponta para 22 ultrapassagens em três corridas, contra 73 em 2016… Mas a verdade é que, este ano, temos tido batalhas memoráveis, enquanto há um ano tudo se passava nas rectas, à conta do DRS…
«Esta época o DRS não ajuda tanto. Na China a maioria das ultrapassagens foram feitas sem a ajuda do DRS e isso também torna tudo mais divertido», recordou Verstappen que forçou a passagem pelo seu colega de equipa, Daniel Ricciardo, na travagem para a curva 6, ponto que antes raramente era usado para passar… «Esse passou a ser um local excelente para se ultrapassar, em especial quando se consegue travar muito tarde, mesmo nos limites, é uma sensação fantástica».
Com menor influência da ajuda aerodinâmica do DRS e com distâncias de travagens mais curtas, já esperava que as ultrapassagens fossem mais complicadas. Pelo que a redução do número de manobras não surpreende. Mas a capacidade de os carros andarem um pouco mais juntos e a maior aderência dos pneus tem permitido aos pilotos atacar mais, originando manobras espectaculares que têm contribuído para «apimentar» o espectáculo. E, já se sabe, com a pimenta é apenas o q.b.!...