Max Verstappen ficou debaixo de fogo após o G.P. da Bélgica, depois do acidente da primeira curva mas, em especial, pela forma como se defendeu dos ataques dos Ferrari de Raikkonen e Vettel numa fase mais avançada da corrida. Aliás, as defesas do holandês estão a ficar famosas na F1… mas não necessariamente populares.
Raikkonen tem sido a «vítima» favorita de Verstappen e, no final da prova, estava furioso. «Sou a favor de boas lutas e duelos emotivos. Mas quando tenho de levantar o pé em plena recta após Eau Rouge e tenho de travar para não lhe bater porque ele se desvia no momento em que saio para o ultrapassar, isso não é correcto. Tivemos muita sorte em não ter um grande acidente! Nunca me sucedeu com outro piloto, mas parece não lhe importar. É apenas estúpido…». E rematava com uma mensagem… apocalíptica: «Um dia destes vai causar um acidente brutal!».
Vettel também não ficou muito satisfeito, mas encarou a luta com Verstappen de forma mais tranquila: «Não fez muito sentido aquela manobra porque ele perdeu tempo e eu perdi tempo, mas passei-o na volta seguinte, portanto só perdemos os dois… Mas não sou nada a favor que se penalizem os pilotos, temos de falar uns com os outros e construir uma relação de respeito. E é isso que vou fazer, vou falar com o Max. Em Spa não era o sítio certo porque todos tínhamos tido um mau dia. Mas somos homenzinhos e devemos falar uns com os outros sobre estas coisas».
E o alemão da Ferrari, com uma posição mais construtiva – embora não tenha deixado de pôr as culpas do acidente à partida no excessivo optimismo do holandês –, foi dizendo: «Tem havido uma série de manobras dele que não tem deixado o resto do pelotão satisfeito. Eu acho que está certo criticar, mas que é errado criar uma história enorme à volta disto. Dou-me bem com ele, gosto dele, ele é agressivo o que acho que é uma qualidade. Mas há alguns movimentos, em especial nas travagens, que não me parecem correctos».
Uma voz fora desta «guerra» resumia tudo numa só frase: «O que o Max faz é revigorante e refrescante para a Fórmula 1, mas não deixa de roçar os limites do perigoso!», dizia Toto Wolff, da Mercedes. Christian Horner, da Red Bull, cumpriu a sua função e retorquiu, defendendo o jovem recruta: «Surpreende-me que o Toto venha falar de algo que não lhe diz respeito… O Max foi firme, andou nos limites mas os Comissários ficaram satisfeitos com o que viram. Ou seja, o piloto esteve no limite, os árbitros estão contentes com isso, não há mais comentários!».
E o que tem Verstappen a dizer? Obviamente que o holandês tinha de… partir para o ataque, apontando o dedo a Vettel e Raikkonen! «Acho que deviam ter vergonha de causar um acidente daqueles à partida, com a experiência que têm, e virem depois apontar-me o dedo a mim!... Não têm de fazer dramas com o que se passou a seguir, apenas têm de perceber que também não fiquei satisfeito por me terem estragado a corrida toda!».
Sem papas na língua, o «teenager» prosseguiu: «No vídeo vê-se bem que havia espaço para três carros. Bastava o Vettel ter aberto um metro para a esquerda para termos passado os três! Agora, se me lixaram a corrida, depois não lhes ia facilitar a vida, deviam percebê-lo… Se aquilo da curva 1 não tem sucedido, eu não teria sido tão agressivo com o Raikkonen».
Quanto a esta «perseguição» dos Ferrari, Verstappen começou por se referir a Raikkonen e às frequentes lutas que os têm envolvido: «Já me sinto o pano vermelho e ele o touro que é atraído por mim!». Quanto a Vettel querer falar consigo, não tem qualquer problema: «Pode vir à vontade, mas é bom que perceba primeiro o que fez na curva 1». Max Verstappen ou a necessidade de um jovem supertalento marcar o seu território no meio de tantos «tubarões». Ou já não nos lembramos de como foram os primeiros anos de Lauda, Prost ou Senna?...