Se há figura central na Fórmula 1 actual de que é difícil conhecer uma opinião é Dietrich Mateschitz, patrão da Red Bull, o único dono de duas equipas (também a Toro Rosso), controlando por isso… um sexto do pelotão! E que já por várias vezes, em momentos de negociações mais duras, deixou no ar a ameaça de pura e simplesmente retirar a Red Bull da F1.
Daí ser tão interessante a (curta) entrevista que concedeu ao diário desportivo espanhol «Marca» e em que começa por reconhecer que todas aquelas ameaças… foram «bluff» puro! «De facto nunca pensámos abandonar a F1…», referiu Mateschitz que a revista «Forbes» colocou no n.º 64 dos mais ricos do Mundo, graças ao império das latinhas de bebidas energéticas! «Embora tenha havido circunstâncias em que pudéssemos ter sido empurrados para uma atitude dessas, por exemplo quando estivemos quase a ficar sem grupos propulsores».
Mateschitz – que «apenas» é dono de metade da Red Bull, pertencendo a outra metade à família do tailandês (já falecido) que descobriu o princípio activo da taurina – garante que «a Red Bull vai voltar a ser campeã».
Em relação a Max Verstappen, concorda com Helmut Marko que diz que o holandês será o novo Ayrton Senna, mas deixa alguns avisos: «Se considerarmos o seu talento natural, a sua força mental e a coragem que tem mostrado nas corridas, sim, será o novo Senna! Mas também terá de ser capaz de manter este nível de velocidade, de habilidade e de força durante vários anos. Ninguém sabe se o conseguirá, mas nós acreditamos no seu potencial».
Talvez por estar a falar com um jornal espanhol, Dietrich Mateschitz não se esqueceu de Carlos Sainz: «É um grande desportista, com uma grande personalidade, carisma e talento. O seu grande problema é que, com o Max e o Daniel, já temos dois grandes pilotos a ocupar os lugares na Red Bull. E o rendimento do carro da Toro Rosso não é suficiente para dar luta aos Mercedes e Red Bull… Mas acredito sinceramente que é bom para o Carlos continuar connosco por mais um ano, até porque esperamos ser capazes de melhorar significativamente o rendimento do carro».
Mateschitz recusa qualquer papel na liderança dos destinos da F1, mesmo que a Liberty Media o convidasse. «Seria um grande desafio, mas já tenho um trabalho que me ocupa muito tempo e muitas outras obrigações e interesses». E confirmou que, no próximo ano, a Red Bull vai patrocinar… duas equipas no MotoGP, mantendo o apoio à Honda e não recusando a ligação à KTM que se irá estrear: «Há 25 anos que estamos juntos e estamos muito entusiasmados em entrar com eles no MotoGP!».