Max Verstappen vai dando alguns sinais de impaciência perante a incapacidade de lutar pelos lugares da frente e por andar longe das vitórias. O que poderia nem ser grave para um jovem de 19 anos… se não tivesse já provado o doce sabor do triunfo, há 14 meses, em Espanha. Agora, mostra-se impaciente por voltar a vencer e, se o próprio Verstappen mantém uma calma aparente, há quem o diga por ele…
Raymond Vermeulen é quem trata dos negócios do jovem holandês – aos poucos, o pai Jos foi-se afastando – e já disse, de forma ainda tranquila, que a paciência tem limites: «Não fizemos qualquer ultimato à Red Bull, mas é importante que o Max possa estar em posição de ganhar corridas. Mantemos a nossa confiança e não tenho dúvidas que de os progressos vão aparecer, afinal a Red Bull não venceu quatro títulos com a Renault por acaso… Mas há uma coisa que deve ficar clara: a nossa paciência também tem os seus limites».
Vermeulen respondia assim aos rumores constantes da eventual saída de Verstappen da Red Bull, negando-a, e do interesse de Ferrari e Mercedes. «Sempre houve esse interesse, desde o primeiro dia em que o Max pôs o pé na F1. Outras equipas estavam prontas a assinar um contrato com ele mas sempre nos mantivemos fiéis à Red Bull e queremos ganhar com eles».
Por seu turno, Christian Horner, director da Red Bull, compreende a frustração de Verstappen, em especial pelo elevado número de abandonos que já teve nesta época. «Ele tem mostrado uma enorme maturidade, em especial atendendo a que tem apenas 19 anos… Pode ter mostrado algumas emoções nessas alturas mas rapidamente se recompôs e se focou na prova seguinte. A forma como está a guiar este ano, tem vindo a ficar cada vez mais forte por isso, o lado positivo disto tudo, é que tem sido um ano em que tem fortalecido o seu carácter».
E Horner conclui: «Esta tem sido a fase mais difícil da sua ainda curta carreira, mas ele vai sair disto ainda mais forte. E reparem como ele tem lidado tão bem com todos estes desaires! Não tem reagido a quente, atirado coisas pelo ar ou dito coisas sem pensar… Tem o seu momento na corrida, o que é compreensível, e depois, rapidamente, já está focado na prova seguinte. Tem uma fortíssima ética de trabalho».
Bonitas palavras mas Verstappen quer mesmo é… lutar pelo título e rapidamente! E se não o conseguir com a Red Bull, que é o seu primeiro objectivo, está pronto a tentá-lo com a Mercedes ou a Ferrari deixando claro que… não tem preferência: «Sei que a Ferrari tem uma história na F1, tal como a Mercedes, não o esqueçamos. Sinceramente, para mim a cor do equipamento não me importa. Quero guiar o melhor carro possível!».
E reafirma que continuará a ser agressivo em pista como tem sido até aqui! «Que me chamem o que quiserem, ‘Mad Max’, cobarde, chorão… Ao fim e ao cabo é algo dirigido a mim. Em pista temos de ser uns brutos! Veja-se onde chegou Michael Schumacher… No final o que interessa é ganhar corridas e campeonatos, um piloto não deve estar sempre a pensar em jogar limpo».