Ainda o dia 11 de Março não tinha começado em Portugal e já em Melbourne «estoirava a bomba»! O Supremo Tribunal do estado de Vitória deu razão a Giedo van der Garde na sua queixa contra a Sauber, exigindo que fosse cumprido o contrato que lhe deveria garantir um lugar na equipa para o Mundial deste ano! A escuderia suíça vê-se, assim, numa posição insólita e delicada… bem como a sua directora que não parece ter gerido este processo da melhor forma.
O Supremo do estado australiano onde se realiza o Grande Prémio quase se limitou a confirmar a opinião de um tribunal arbitral suíço que já dera razão ao piloto holandês quanto à validade do contrato com a Sauber para a época de 2015. No entanto, pelas dificuldades financeiras que atravessa, a equipa de Hinwill optou por abrir as portas aos maiores «dotes» de Marcus Ericsson e, em especial, de Felipe Nasr que levou o apoio do Banco do Brasil.
Agora, a equipa diz-se desiludida: «Estamos desapontados com esta decisão e temos agora de perceber o que ela significa e que impacto terá no arranque da nossa temporada», disse a directora da equipa, Monisha Kaltenborn. «O que não podemos fazer é fazer perigar a segurança tanto da nossa equipa como de outros pilotos na pista, ao ter um piloto que não está preparado num carro que foi feito à medida dos dois pilotos por nós designados». Um pouco de dramatismo dá sempre jeito nestas ocasiões, pois ainda há poucos meses Van der Garde era piloto de testes da Sauber…
O holandês estava, obviamente, satisfeito à saída do tribunal e disse-se pronto a guiar o Sauber: «Estou preparado e muito forte! Há três meses que me treino ‘a fundo’! Estou desejoso de voltar à equipa para trabalharmos para fazer o melhor possível este fim-de-semana. Sempre tivemos uma boa relação e agora só quero voltar à acção». Quanto à reacção que Nasr, Ericsson ou a Sauber ainda poderão ter, Van der Garde é muito pragmático: «Isso é com eles e com a equipa, não é nada comigo…».
Obviamente que este assunto não ficará por aqui, sendo quase certo que haverá qualquer manobra jurídica tanto da parte da Sauber como do piloto que estiver para ser «sacrificado», entre Nasr e Ericsson, para a entrada do holandês. Uma via para a Sauber tentar travar as pretensões de Van der Garde é provar que o holandês nunca apresentou o apoio financeiro prometido no contrato – o seu principal apoio é da marca de roupa McGregor – mas este será assunto para agitar os dois dias que ainda faltam até aos primeiros treinos do G.P. da Austrália. E um acordo financeiro é sempre uma saída possível…
