A quebra do acordo com a Sauber foi uma enorme perda e algo de muito mau para os planos da Honda na Fórmula 1, admitiu Yusuke Hasegawa, responsável do programa da marca nipónica na disciplina máxima. A parceria tinha sido anunciada a 30 de Abril, quando Monisha Kaltenborn era ainda a directora da equipa suíça mas, com a chegada de Frédéric Vasseur aos comandos da Sauber, uma das primeiras medidas foi desfazer o acordo, o que foi anunciado em finais de Julho…
«Como é óbvio foi uma enorme desilusão», comentou Hasegawa. «Como se tratava de uma equipa-cliente, pode não afectar muito o nosso programa no global, mas a verdade é que contávamos com isso para ter a oportunidade de fazer os nossos motores rodarem mais. Porque queríamos poder recolher mais dados e poder fazer comparações por isso, nesse sentido, foi uma grande desilusão».
Hasegawa não se furta também a lembrar que a decisão já tardia da Sauber implicou também gastos desnecessários para a Honda… «Do lado concreto e prático, tivemos de parar todo um trabalho de preparação que já estava em marcha e isso foi muito mau», contou. Já para não falar no investimento feito na ampliação das instalações europeia de Milton Keynes para poder fornecer duas equipas…
O mais estranho disto tudo é que Hasegawa só soube da quebra do acordo com a Sauber quando este já estava praticamente definido… E mesmo tendo uma relação muito próxima com o director-técnico da Sauber, Jörg Zander, reconhece que só muito tarde «apanhou» as primeiras pistas de que algo não estava a correr bem! «Eu não estive nas reuniões, foi sempre Masashi Yamamoto [director da Honda Motorsports]. Zander e eu estivemos em permanente comunicação mas nenhum de nós acreditava que fôssemos parar a nossa colaboração até a questão nos ser posta de forma definitiva!».
Agora a Honda ficou de novo limitada à McLaren, depois de também terem falhado as negociações com a Toro Rosso que, segundo consta, quereria receber dinheiro para ser equipa-cliente… Hasegawa anunciou ainda que a Honda irá alterar o seu método de desenvolvimento, abandonando as avaliações feitos no monocilindro para passar a fazê-las no V6 já completo.
«Podemos verificar alguns elementos ou novos conceitos no bloco de um só cilindro mas percebemos agora que precisamos de verificar tudo no V6 para finalizar as nossas especificações. Continuamos a usar o monocilindro mas, para encontrar a ‘performance’, temos de buscar os resultados no V6», comentou Hasegawa procurando explicar, de certa forma, a falta de correlação que sempre existiu entre os dados que obtinham em banco de ensaios e o que depois sucedia em pista…