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A sólida evolução da Renault: Espanha é começo para equipa… e motor!

Com passos sólidos e, como se previa desde a apresentação do projecto, aos poucos, a Renault tem vindo a construir bases consistentes para a sua evolução no pelotão do Mundial de Fórmula 1, de regresso ao passado glorioso que já lhe valeu quatro títulos mundiais, dois de pilotos e dois de construtores. Os primeiros pontos conquistados na Rússia, com o 7.º lugar de Magnussen, foram o estímulo para… o verdadeiro início do campeonato!

«Estamos conscientes de que esse resultado também foi fruto de um conjunto de circunstâncias e que repeti-lo em Espanha vai ser difícil», reconhece, realista, o director da Renault F1, Cyril Abiteboul. «Barcelona será o início do nosso programa de desenvolvimento e vemos esta corrida como um marco: é a saída da fase em que tomámos conta da estrutura para a primeira corrida da ‘nossa’ equipa. Vamos começar com calma, mas estou confiante em que iremos ganhar uma grande dinâmica com o tempo».

A grande novidade que se anuncia é a versão-B do motor Renault que deverá ser experimentada nos dois dias de testes, após o Grande Prémio. A Renault está mesmo a fazer um enorme esforço para ter prontas duas unidades dessa evolução prontas para que também a Red Bull possa avaliar os avanços feitos num grupo propulsor que deverá ser estreado no G.P. do Canadá.

Já para o G.P. de Espanha a equipa terá novidades a nível aerodinâmico, em especial nas asas dianteira e traseira, além de um chassis novo para Jolyon Palmer, depois de reconhecerem as razões de queixa do britânico nas primeiras corridas do ano: bastou mudar o chão do carro, que tem enorme influência aerodinâmica no RS16, entre 6.ª e sábado na Rússia para a prestação de Palmer subir em flecha!

«Mas para os dois dias de testes temos uma quantidade de coisas para experimentar!», revela Nick Chester, director técnico da equipa Renault. «Novidades na suspensão, outras alterações aerodinâmicas, mudanças nos modos de refrigeração e, claro, a avaliação da especificação-B da unidade motriz, vão ser dois dias cheios!». E ainda o «exame» ao jovem Esteban Ocon que guiará o carro num dos dias, cabendo o outro a Magnussen.

«O que o Kevin tem feito esta época é impressionante, tem sido a locomotiva desta equipa, o líder de que necessitamos!», diz, entusiasmado, o director desportivo, Frédéric Vasseur. Que, ao mesmo tempo, não descura a busca de novos talentos: o russo Sergey Sirotkin guiou na Rússia, o francês Esteban Ocon vai testar em Barcelona e o canadiano Nicholas Latifi realizou um teste de 300 km com um chassis antigo da Lotus equipado com motor Renault para estar em condições de ter a superlicença. «Estamos já à procura do campeão do Mundo de 2020 ou 2021 e é agora que temos de o encontrar!», explica Vasseur.

Em resumo, para quem esperava que a Renault voltasse à Fórmula 1 como equipa oficial e começasse logo a lutar pelas vitórias, a época pode estar a ser uma desilusão. Mas só porque não percebeu bem as palavras ditas na apresentação do projecto que previa entrar na luta pelos pódios só ao terceiro ano. «Estes são os primeiros passos de uma criança, uma etapa importante e que compensa o trabalho feito até aqui», definiu Vasseur os pontos recolhidos em Sochi.

Mas a equipa francesa está consciente de que tem ainda muito que penar para lutar regularmente pelos pontos, primeiro, e depois pelos pódios. Por isso e pela discrição e paciência com que está a fazer esse trabalho, mais merece que seja aqui destacada, sabendo-se que, tanto em Enstone (chassis) como em Viry (motor) estão duas estruturas que sabem conquistar títulos mundiais.

Há, contudo, um último detalhe em que a Renault está a mostrar uma forma particularmente inteligente de actuar na Fórmula 1. Ciente de que, no curto prazo, não estará em condições de lutar pelas vitórias com a sua própria equipa, não só está a desenvolver um motor muito mais competitivo (até por interesse próprio), como está a refazer a sua relação com a Red Bull! Esquecendo tudo o que de negativo foi dito, mas procurando reatar uma parceria que tantos sucessos valeu e que, de forma pragmática, poderá ser a única forma de bater os Mercedes e Ferrari. Pelo menos enquanto não está em condições de o fazer com o Renault Sport Formula One Team!

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