Quando perguntaram a Fernando Alonso o que achava da alteração no sistema de qualificação, o piloto espanhol… despejou o saco e não se ficou por esse «detalhe». «Na verdade nem tenho uma grande opinião, acho apenas que é tudo muito triste, estou triste por este desporto em que, visto de fora, nada parece fazer sentido!».
Ao fim de quinze anos de Fórmula 1, Alonso sabe do que fala quando se queixa do caminho que a disciplina tem vindo a tomar e a questão das qualificações foi a gota de água… «Quando, no espaço de uma semana, mudamos três vezes o formato das qualificações, ou pretendemos mudar sem que ninguém oficialize nada… Se eu fosse praticamente de outro desporto e olhasse para a Fórmula 1 ficaria, no mínimo, surpreendido».
O piloto das Astúrias vai ainda mais longe, com uma visão global daquilo em que a F1 se tornou neste últimos anos. «Há demasiadas alterações e as regras, mesmo para os espectadores, são demasiado complexas. Não me parece que esse seja o caminho correcto». Ainda em relação à qualificação recorda: «Queremos regras simples, quando tínhamos aquela única volta lançada, sozinhos em pista, em 2005 ou 2006, era espectacular, travavas tarde demais partias de 15.º, era simples, além da adrenalina que dava aos pilotos!».
Alonso liga tudo isso à quebra de audiências que a F1 vem sofrendo e explica-o de forma bastante clara: «Os meus amigos aqui em Espanha querem ligar a televisão e ver lutas entre grandes carros, com pneus largos, muito barulho e divertir-se com uma corrida como fazem com outros desportos. Mas nós só lhes falamos de MGU-H, MGU-K, o estado da carga, supermacios, uso obrigatório de médios, coisas dessas… Não admira que desliguem a televisão!».
Pode ser uma abordagem algo negativista, mas não deixa de encerrar algumas coisas em que deveríamos, amantes da F1 e, em especial, os seus responsáveis, de meditar seriamente.