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Alterações aos carros para 2017 e qualificações «bota fora» em 2016

As reuniões decisivas para o futuro da F1 decidiram… adiar a decisão, embora apontando um caminho que poderá ser decisivo. Confuso? Nada a que a Fórmula 1 não nos tenha já habituado, na sua tradicional dificuldade de definir com precisão o rumo a tomar...

Afinal, das reuniões que iriam definir os contornos futuros da disciplina, de forma a recuperar popularidade e audiências, ficámos a saber que haverá um novo esquema de qualificação já este ano – embora o actual nem fosse alvo de críticas… –, que a protecção do habitáculo avançará mesmo em 2017 e, provavelmente, com a estrutura proposta pela Mercedes e que os carros terão maior apoio aerodinâmico graças a maiores dimensões, pneus e extractor traseiro… embora aqui ainda haja dúvidas.

Para começar, a ambiciosa meta de tornar os monolugares mais rápidos 5 a 6 segundos por volta já baixou para os 3 segundos por volta. Mas como as alterações se destinam a tornar os carros mais rápidos em curva, nada foi dito quanto a tornar mais fáceis as ultrapassagens, ou seja, quanto a facilitar que um carro curve mais chegado ao da frente. Porque as soluções até aqui apresentadas vão na direcção oposta!

Os carros terão, a partir de 2017, uma largura de vias de dois metros, como sucedeu até 1998. Os pneus terão mais 60 mm à frente e mais 80 mm atrás, alargamentos que implicarão que a asa dianteira se torne 200 mm mais larga para mentar o alinhamento com as rodas. O chão do carro entre eixos também serão 200 mm mais largo, enquanto o difusor traseiro será mais comprido, alto e largo. A asa traseira será mais baixa que as actuais e 150 mm mais larga.

Apesar de todas estas definições tão concretas, nada foi discutido quanto à simplificação das asas dianteiras que é, afinal, o maior «busílis» das ultrapassagens. Basta ver (na foto) a complexidade da asa dianteira do novo McLaren para perceber que qualquer perturbação do ar a impedirá de funcionar correctamente, o que significa que não estará preparada para seguir de perto outro carro. Se as asas fossem obrigatoriamente mais simples, seria mais fácil curvar colado ao carro da frente, permitindo mais ultrapassagens… Aí, inexplicavelmente, ninguém parece querer tocar!

Qualificações em 2016 é «bota fora»

Ficou ainda decidido que, já este ano, acabará o esquema das três partes estanques da qualificação, passando a um sistema de eliminação progressiva, embora ainda dividido em três fases, desta forma:

Q1 – 16 minutos, ao fim de 7 minutos é eliminado o piloto mais lento em pista e, depois, a cada 90 segundos é eliminado o mais lento nesse momento, até ficarem apenas 15 pilotos que seguem para o Q2.

Q2 – 15 minutos, ao fim de 6 minutos o piloto mais lento é eliminado, sendo mais seis afastados a cada 90 segundos, até ficarem apenas os oito que passam ao Q3.

Q3 – Duração de 14 minutos com o mais lento ao fim de 5 minutos a ser eliminado e os outros a serem eliminado a cada 90 segundos, até à bandeira de xadrez. Os dois que sobram lutarão entre si pela «pole» mais minuto e meio, contando a bandeirada de xadrez.

A ideia é tornar a qualificação semelhante a uma sessão à chuva com a pista a secar progressivamente, introduzindo algum factor aleatório que fará com que, muitas vezes, os pilotos mais rápidos acabem por não conseguir ficar na frente da grelha. Como a F1 não teve a coragem (felizmente…) de introduzir a aberração das grelhas invertidas, inventou mais esta complicação para tentar tornar as corridas mais animadas. Até poderá consegui-lo mas a interrogação que se deveria colocar é se, ao precisar destas coisas para «inventar» um bom espectáculo, não estará a esconder o sol com uma peneira…

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