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Como se luta contra o calor que quase levou Verstappen… a desmaiar!

Quando se diz que o G.P. da Malásia é das corridas mais duras do ano para os pilotos, devido ao grau de desidratação que sofrem pelo calor e a elevada temperatura a que estão sujeitos não é nenhuma dramatização. Que o diga Max Verstappen que, no final do primeiro treino de sexta-feira, ia desmaiando quando saiu do Red Bull!

Pelas elevadíssimas temperaturas a que tinha estado sujeito no «cockpit» e a forte desidratação, o holandês de 19 anos foi prontamente socorrido antes de se estatelar no chão da sua «box» e levado até uma cadeira! «Acho que saí demasiado depressa do carro e as coisas ficaram muito desfocadas à minha volta, por isso tive de me sentar por alguns momentos», revelou Verstappen.

Em Sepang é normal pilotos e mecânicos trabalharem sob temperaturas de quase 40 ºC e 90% de humidade, o que torna o mais leve esforço físico num autêntico… banho turco! Valtteri Bottas tem uma definição curta para este Grande Prémio: «É como estar hora e meia dentro de uma sauna e, ainda por cima, o tempo todo a fazer exercício!». E, como finlandês, Bottas sabe bastante de saunas…

Apesar de abertos, os habitáculos dos F1 chegam a atingir os 60 ºC, em especial da cintura dos pilotos para baixo! O que, em conjunto com o esforço físico para os guiar que leva o ritmo cardíaco a atingir picos de 170 pulsações e a estar a hora e meia de Grande Prémio em torno das 150 pulsações, representa uma perda por parte do piloto de cerca de três litros de fluídos! Só mesmo super atletas para aguentar tal esforço físico, mantendo a concentração necessária para pilotar numa pista em que se ultrapassam por duas vezes os 300 km/h, com curvas descritas a mais de 230 km/h!

O maior perigo é, obviamente, a desidratação. Antes da corrida um piloto chega a ingerir à volta de oito litros de água e outros líquidos isotónicos. Durante a prova, tem de ir bebendo do reservatório que está no carro, apesar de um «pequenino» problema: ao fim de poucas voltas também essa água está… a 50 ºC e o tubo quase lhes queima os lábios! Este esforço permanente de hidratação é também extensível aos mecânicos que têm uma actividade de alta intensidade em cada paragem para troca de pneus. Agora, com as limitações com estes carros têm a nível de combustível, é natural que uma equipa gaste mais litros de água num G.P. da Malásia do que de gasolina!

Mas o pior mesmo é durante os treinos, quando os carros param e os pilotos têm de lá ficar sentados, por ser só o tempo de introduzir uma ou outra alteração. Aí, quase todas as equipas, além de grandes ventoinhas, injectam gelo seco para dentro do habitáculo, na tentativa de arrefecer o corpo do piloto. Por outro lado, também os carros sofrem nessas paragens, por deixarem de receber ar «fresco», mesmo que seja a quase 40 ºC. Daí os muitos sistemas de «sopro» com que os mecânicos acompanham o carro e as ventoinhas que encostam para tentar baixar rapidamente a temperatura das mecânicas.

Por fim, dadas as enormes entradas das «boxes» e as dezenas de pessoas que ali trabalham, o ar quente torna o ambiente de trabalho quase irrespirável. As equipas mais ricas têm feito enormes investimentos em sistemas próprios de refrigeração do ambiente, com que não só tornam as «boxes», mesmo abertas para a rua, em locais aprazíveis, como permitem melhorar o arrefecimento dos carros sempre que estes estão parados em… 500%!

Falamos de investimentos que podem rondar os 50 mil euros para conceber sistemas de ar condicionado de grandes dimensões, mas que conseguem manter as «boxes» minimamente respiráveis… e «trabalháveis»! No Bahrain e no Abu Dhabi, por exemplo, as «boxes» já foram construídas de base com climatização…

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