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E se o «safety car» da F1 fosse autónomo… sem piloto?!

O emprego de Bernd Mayländer poderá estar em perigo! Poucos o conhecem mas já liderou… mais de 600 voltas de Grandes Prémios desde que, em 2000, assumiu a condução do «safety car» do Mundial de F1. Mas agora eis que surge a ideia de, mais cedo ou mais tarde, entregar essa tarefa a um veículo autónomo, ou seja, sem condutor! Tudo para ajudar a promover a condução autónoma que, acredita a FIA (e os construtores), poderá ser o caminho para drástica redução da gigantesca mortalidade nas estradas…

Marcin Budkowski, responsável técnico da FIA para a F1 (aquele que tenta controlar as «maroscas» das equipas…), confidenciou ao site «Motorsport» que seria uma boa ideia que o «safety car» fosse um carro autónomo, seguindo o movimento a que se está a assistir na indústria automóvel. E que o assunto está já a ser discutido…

«Serviria para promover uma tecnologia acerca da qual existe ainda um grande cepticismo podendo, pelo contrário, mostrar-se que funciona. O piloto do ‘safety car’ deixaria de ser essencial porque tudo seria deixado a cargo dos controladores comandados pelo computador», comentou Budkowski que acha, contudo, que os automóveis autónomos nas pistas se devem ficar por aí: «Temos de estar conscientes do nível de atracção dos carros de competição sem pilotos: os engenheiros até poderiam adorar, mas os fãs decerto que detestariam!».

É, aliás, por esse prisma que analisa a famosa Roborace que se está a desenvolver com supostos fórmulas sem pilotos e que já tiveram a sua primeira exibição na prova de Fórmula E em Paris… muito devagar e com alguns incidentes. «Vejo isso como algo muito interessante mas será que essa ideia, sem pilotos de F1, consegue cativar o interesse de milhões de espectadores à volta do Globo?! Sinceramente tenho enormes dúvidas!».

Budkowski volta, por isso, ao «safety car» para a F1: «Usar o desporto automóvel como uma plataforma para promover estas novas tecnologias ao grande público, nomeadamente com um ‘safety car’ não tripulado, pode ser fantástico, explorando os limites destas novas soluções».

Tecnologicamente não será muito difícil conceber um «safety car» autónomo já hoje, até porque operará num ambiente «fechado» e sem ter de respeitar regras de trânsito ou complexos problemas de tráfego, pois limita-se a andar às voltas numa pista o mais depressa que pode, apenas abrandando na zona do incidente que justificou a sua entrada e isso é facilmente programável à distância.

Recorde-se que, há quase três anos (Outubro de 2014), a Audi conseguiu que um RS7 de 560 cv fizesse uma volta ao circuito de Hockenheim sem ninguém no habitáculo, num tempo de 2.10 m. Este veículo autónomo conseguiu mesmo ser 5 s mais rápido que uma versão semelhante tripulada por um piloto! Com a evolução que a tecnologia sofreu nestes últimos tempos, um «safety car» autónomo será relativamente fácil de fazer. Resta saber qual o interesse de promover, já ou nos próximos dois ou três anos, uma tecnologia que se está muito avançada do ponto vista técnico, está ainda extremamente atrasada e «presa» do lado legal e legislativo…

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