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Equipas em pânico com contratação do «polícia da FIA» pela Renault!

Afinal ainda há coisas que conseguem unir quase todas as equipas de Fórmula 1, nem que seja… um ataque de pânico! Há três dias noticiávamos aqui a demissão inesperada de Marcin Budkowski, o director técnico da FIA, basicamente o «polícia» que vigiava tudo o que os engenheiros iam inventando e avaliava da sua legalidade, tendo também escrito partes da regulamentação técnica. Bukowski saía com a condição de não poder trabalhar para equipa nenhuma durante três meses o que, logo na altura, defendemos ser um período demasiado curto.

Pois, bem dito, bem feito… Começou a correr no «paddock» de Sepang o rumor de que a Renault já teria contratado Budkowski (terá sido esse o motivo para a sua demissão) e foi um «valha-me Deus» entre as outras escuderias das quais ele conhece, essencialmente, todos os segredos! Ao ponto de hoje, ainda o segundo treino livre não tinha sido dado como definitivamente interrompido, e já nas instalações atribuídas à Williams se desenrolava uma reunião convocada de urgência do Grupo Estratégico da F1, com os responsáveis da Mercedes, Ferrari, Red Bull, Force India e McLaren a juntarem-se aos anfitriões.

O tema era o rumor – sobre o qual a Renault disse nada – da passagem de Bukowski, «senhor dos segredos», da FIA para uma equipa, supostamente a francesa. «As pessoas que trabalham para a federação e que assumem responsabilidades tão importantes como as de Marcin, não deveriam ser autorizadas a trabalhar numa equipa de F1 sem observar um ‘período de nojo’ de pelo menos um ano», dizia Eric Boullier, da McLaren. «Senão, como esperam que as equipas continuem a trabalhar com a FIA numa base de total confiança?!».

O incómodo faz todo o sentido e é compreensível. Afinal, Budkowski não só está ao corrente do que as equipas têm feito como sabe até de algumas coisas que estão a preparar para 2018. Aliás, assim que se soube da sua demissão, a FIA avisou de imediato as equipas para pararem de enviar informações ao engenheiro francês de origem polaca. Mas o mal está, basicamente, feito e Budkowski é livre para, no dia 1 de Janeiro de 2018, começar a trabalhar em qualquer equipa. Que tudo indica será a Renault, confirmando assim as palavras do presidente da Renault Sport, há duas semanas, que dizia que se preparava para fazer contratações que iriam «fazer barulho».

E porque pode Budkowski entrar numa equipa apenas ao fim de três meses quando, por exemplo, James Allison esteve quase um ano sem trabalhar depois de sair da Ferrari? Porque os elementos da FIA trabalham com contratos redigidos de acordo com a lei suíça que proíbe «períodos de nojo» superiores a três meses. Ou seja, grande jogada da Renault, uma posição talvez eticamente discutível por parte de Budkowski e um enorme problema para a FIA resolver agora, com este processo a fazer com que as equipas percam a confiança na relação com a entidade federativa…

Aliás, este tema terá sido já acrescentado à agenda da próxima reunião formal do Grupo Estratégico da F1 e quer-nos parecer que passará rapidamente a primeiro e mais importante ponto da ordem de trabalhos. Uma fonte próxima das discussões comentou com o site «Motorsport»: «Tudo isto tem a ver com confiança. Temos de falar com a FIA para vemos como avançaremos a partir daqui… Porque não podemos dar as nossas informações se há alguma hipótese de outra equipa ficar na posse delas. Se esse risco existe, então teremos de manter tudo secreto».

Ora como, neste momento, há uma enorme quantidade de pontos no regulamento cujo controlo depende do acesso directo da FIA aos dados das equipas, se esta ligação de confiança se quebra acaba por ser toda a estrutura desportiva em que assenta a F1 que entra em risco de colapso! Budkowski tinha entrado na FIA em 2014 e desde Fevereiro deste ano que era o responsável técnico, sendo visto por muitos como o sucessor natural de Charlie Whiting. Afinal, o seu projecto de vida era outro…

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