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FIA dá «tiro no pé» ao endurecer as limitações de motores para 2018!

O Conselho Mundial da FIA parece sofrer de algum tipo de autismo e pouco ligar ao mundo real, pelo menos a julgar pela forma como endureceu as regras de limitação de motores para o próximo ano! Lá vamos ter mais uma época cheia de penalizações na grelha, com a FIA a nada aprender com o ridículo do que se passou em Monza – 9 pilotos totalizaram 150 lugares de penalização!

O que estava previsto para 2018, em que haverá mais uma corrida que este ano, é que cada piloto tivesse três grupos propulsores para todo o ano, em vez dos quatro desta temporada. Mas como isso já seria demasiado fácil, o Conselho Mundial aprovou algo ainda mais restrito, em função dos vários componentes: três motores V6, turbos e MGU-H; mas apenas dois MGU-K, bateria e central electrónica! É estar mesmo a pedi-las, quando a F1 procura ganhar credibilidade entre os fãs que têm nas penalizações de 50 e 65 lugares (como vimos várias vezes nos últimos dois anos) motivo de permanente chacota. Porque a nova regra mantém a punição em lugares na grelha, castigando assim o piloto que pouca culpa terá nas avarias mecânicas…

Ainda recentemente Christian Horner explicara que fazia muito mais sentido passar o limite para cinco motores para todo o ano e, com o argumento de haver mais uma corrida, a FIA nem «perderia a face». Optou precisamente pelo contrário, numa medida que não irá reduzir os custos porque é certo e sabido que muitas das equipas (senão todas…) irão mesmo ultrapassar aquele novo limite. Teremos um Mundial que poderá ser decidido em função de penalizações de lugares na grelha e um outro jogo táctico entre as equipas oficiais a escolherem penalizar de propósito nas pistas em que poderão limitar os danos. Como já temos visto, mas numa proporção muito maior.

No próximo ano, cada motor terá de durar, numa estimativa por alto, em torno de 4800 km, sensivelmente o que se percorre em sete Grandes Prémios, treinos e corrida. Também poderemos assistir a longos períodos dos treinos livres sem ninguém em pista, de forma a poupar quilometragem nos grupos propulsores. Porque será quase impossível, numa disciplina em que se procura constantemente o máximo da «performance», não ultrapassar a fina linha que separa esse ponto da falha na fiabilidade…

Estima-se que, em 2016, os cinco motores permitidos custavam 20 milhões de euros, enquanto os quatro deste ano (que eram evoluções daqueles) custaram… 18 milhões. Mas colocaram inúmeras dificuldades às equipas, provocando penalizações a muitas delas que acabaram por ter de usar quintos elementos – nem falemos na McLaren que já vai na décima unidade de alguns componentes… –, ou seja, sem qualquer benefício em termos de custos. Alguém acha que as novas regras previstas para o próximo ano vão, de facto, baixar os gastos?!... Parece, de facto, mais um «tiro no pé» da FIA que dificultará a atracção de novos fãs para a F1 que não querem ver os seus ídolos a qualificar-se na frente da grelha e depois a terem de sair lá de trás por uma questão pouco mais que burocrática.

Mas o conselho Mundial tomou outras decisões e algumas positivas, como obrigar as equipas a usarem um único tipo de óleo no motor, homologando todas as provas as especificações a utilizar e dando à FIA o controlo, em tempo real, do nível de óleo. Uma forma de acabar com a polémica da injecção de óleo na câmara de combustão (Mercedes e Ferrari na mira…) para aumentar a potência.

Em termos de segurança, os cabos que seguram as rodas ao chassis – e que tão bom trabalho fizeram no recente acidente na partida do G.P. de Singapura – vão passar a ser três em vez de dois, não podendo passar todos pelo mesmo tirante da suspensão. Em relação ao Halo (sim, está confirmado…), as derivas que as equipas poderão colocar no topo da estrutura não podem passar os 2 cm em altura, pois terão apenas como efeito tornar o fluxo de ar mais regular e não tornar-se umas asas suplementares. A bateria, o controlo electrónico do sistema híbrido e toda a cablagem deverão estar colocados por baixo do depósito de gasolina.

Por fim, o chamado «monkey seat» – a pequena asa sobre ou à frente do escape – poderá manter-se mas numa posição mais elevada e afastada, enquanto, para já, o regulamento continua a prever o fim da «barbatana de tubarão» sobre a tampa do motor, bem como as asas em «T», na extremidade da «barbatana». Há, contudo, algum consenso entre as equipas para a manutenção da «barbatana» (não da asa) por motivos de exposição comercial dos patrocinadores, pelo que talvez esta parte das regras ainda possa mudar.

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