Fernando Alonso tinha prometido que, quando chegasse a hora da qualificação para as 500 Milhas de Indianápolis, estaria pronto. E como o mostrou ontem e hoje, conseguindo qualificar-se na 5.ª posição, ou seja, no lugar do meio da segunda linha da grelha de partida – nesta prova as linhas da grelha são de três carros –, com um último dia perto da perfeição! O piloto espanhol brilhou e mostra que, atendendo às características tão especiais da corrida na grande oval, não é assim tão impossível pensar no seu nome para a vitória.
Tendo sido o único «rookie» a aceder à última fase em que se decidia a «pole position» – a chamada «fast nine» a que só os nove mais rápidos de ontem tiveram acesso –, Alonso brilhou a grande altura, melhorando muito a sua média do dia anterior, fazendo as quatro voltas sempre acima das 231 milhas por hora, para terminar com uma média de 231,300 mph (372,162 km/h).
Num dia bastante intenso e para não perder o hábito ou para não sentir saudades da Fórmula 1, Alonso até teve direito a uma… troca de motor para um Honda novo, depois do treino livre matinal! «Já estou habituado a mudar de motores antes da qualificação e da corrida», brincava o piloto espanhol que tem andado visivelmente bem disposto.
Quanto chegou à sua vez de ir para a pista, mostrou logo de entrada que estava bastante mais rápido que na véspera, sendo particularmente impressionante como se «atirava» para a curva 3 a… 383 km/h! Ao fim de um dia de testes mais uma semana de treinos, Alonso dominava a volta a Indianápolis como se sempre tivesse corrido em pistas ovais, uma actuação convincente, surpreendente, impressionante!
«Hoje o carro esteve melhor que ontem, mais equilibrado e senti-me mais confiante», contou Alonso depois da sua qualificação, ressalvando que poderia ter feito um pouco melhor: «Foi pena o ligeiro problema que tivemos na última volta com o ‘overboost’ que me fez perder um pouco. Mas o carro esteve perfeito e a equipa fez um trabalho genial ao trocar o motor esta manhã». Quanto a algum momento mais delicado na sua qualificação, Alonso foi sincero: «Em todas as voltas tive momentos! Portanto tive quatro momentos…».
O espanhol seria relegado da primeira linha da grelha pelos seus colegas da Andretti Autosport, com Takuma Sato a batê-lo por apenas… 0,065 km/h, enquanto Alexander Rossi conseguiu uma média de 372,463 km/h. Nenhum deles conseguiu, contudo, estar ao nível do neozelandês voador, Scott Dixon que, no carro da equipa Ganassi, garantiu a «pole» à incrível média de 232,164 mph (373,552 km/h) – a melhor dos últimos 20 anos!! –, seguido por Ed Carpenter, com 231,664 mph (372,747 km/h).
Voltando a Fernando Alonso, refira-se a curiosidade de se estrear precisamente a qualificar-se no mesmo quinto lugar da estreia de… Jim Clark, em 1963. Clark seria 2.º nesse ano, só vencendo à terceira tentativa, em 1965. O espanhol está a adorar a experiência. «Esta é a maior corrida do Mundo! Senti isso logo na primeira vez que aqui vim, mas o circuito estava vazio. Agora, ver a pista com tantos fãs e todo este ambiente torna tudo ainda mais impressionante». Comentário de um locutor televisivo: «Se Alonso já acha impressionante com estes fãs que aqui estiveram hoje, ele que espere pelo próximo domingo quando as bancadas estiverem com quase 500 mil espectadores!».