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G.P. da Bélgica – Hamilton bateu Vettel numa luta de titãs!

Lewis Hamilton coroou o seu 200.º Grande Prémio com uma brilhante vitória na Bélgica, depois de uma batalha intensa, sempre à vista e a segundo e meio de distância, com Sebastian Vettel! O «suspense» foi mesmo até final pela enorme diferença de pneus com que ambos enfrentaram as últimas dez voltas mas, no final de um luta titânica, Hamilton conseguiu mesmo a 58.ª vitória e ficar apenas a 7 pontos de Vettel no Mundial.

Foi em Spa que Hamilton viu, pela primeira vez, uma corrida de F1 ao vivo, em 1996, já lá vão 21 anos, vendo Michael Schumacher averbar mais um triunfo. E hoje foi recordado disso quando gozava as vistas do topo do pódio: «Há aqui muitos miúdos e recordo-me de ter vindo aqui, em 1996, com o meu pai. Não éramos ninguém e o nosso sonho era estar aqui um dia. Isto mostra-vos que os vossos sonhos se podem concretizar se acreditarem e nunca desistirem!».

Foi o nunca desistir que tornou esta corrida tão especial, com dois campeões num autêntico «braço-de-ferro» que durou até à meta. Um duelo de intensidade máxima, sempre a forçarem-se ao erro, mas sempre a jogarem numa liga acima de todos os outros e ambos a fazerem uma prova perfeita. Hamilton teve o seu ponto alto nas derradeiras voltas quando conseguiu mostrar como um Mercedes com pneus macios se conseguia defender a até distanciar ligeiramente de um Ferrari «calçado» com… ultramacios! E não deixou de dar uma «ferroada» em Vettel quando o alemão tentou ser simpático e lhe disse que tinha sido uma luta bem apertada… «Fui eu que levantei o pé», respondeu-lhe secamente Hamilton. Basta ver os tempos por volta para se perceber que não foi assim…

Quando todos largam bem, é natural que as posições se mantenham e foi o que sucedeu, apesar de uma «carga de cavalaria» por parte de Vettel ao longo da recta Kemmel em que chegou a estar ao lado de Hamilton, mas do lado de fora. O piloto da Mercedes agarrou o comando, o da Ferrari conseguiu manter-se por perto, mas Hamilton forçaria, abrindo a diferença para 1,6 s. Atrás, Bottas controlava Raikkonen, enquanto os dois Force India voltavam a tocar-se com Ocon atá a bater no muro (embora estivessem apertados por Hulkenberg) e Alonso «disparava» até 7.º!

Vettel, contudo, mostrava-se muito confortável a seguir Hamilton, dizendo aos seus engenheiros que conseguia ir com ele tranquilamente até que, à 13.ª volta, o Mercedes parou e pode ter surpreendido ao montar um jogo de pneus macios, deixando os supermacios de lado. A verdade é que foi o suficiente para levar a Ferrari a responder da mesma forma, embora duas voltas mais tarde. A questão era então: estaríamos perante uma corrida de uma única paragem ou… haveria uma segunda paragem, na qual só Vettel tinha um jogo de ultramacios novinhos em folha?

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Nessa altura já os 80 mil holandeses estavam desiludidos com mais um abandono de Verstappen, o sexto em 12 corridas, novamente traído pela mecânica. «Inacreditável!...», desabafava o holandês que diria mais tarde: «Sinto-me frustrado, desapontado… Para um ‘top team’ isto não pode acontecer, pela sexta vez num ano já não se pode chamar azar... Fico triste pelos fãs que compraram bilhetes muito caros e ao fim de 8 voltas estou fora! De repente o carro entrou numa espécie de ‘safe mode’ e ficou sem qualquer potência».

Um abandono em que, incompreensivelmente, Raikkonen estragaria a sua corrida: apesar de duplas bandeiras amarelas agitadas pelos comissários (os pilotos têm de abrandar e estar até preparados para parar!), o finlandês passou a fundo, a 320 km/h no local e a FIA, nestes assuntos de segurança, não brinca e aplicou-lhe um «stop & go» de 10 s! E mais três pontos na superlicença! «Não percebo isto, o carro estava já a ser retirado pelos ‘rails’», defendeu-se o finlandês. Pois… Mas os pilotos não têm de julgar essas situações, têm apenas de respeitar as bandeiras, é assim que as regras funcionam e um piloto no seu 264.º Grande Prémio devia sabê-lo…

Na frente, os contendores pelo título continuavam num escaldante duelo directo, com Vettel a forçar Hamilton a dar tudo, ganhando-lhe sempre tempo no sector 2 e obrigando-o a puxar pelo motor nas zonas mais rápidas para manter a diferença nos 1,6 s. Ao menor erro de um deles a corrida poderia ficar decidida e, mesmo sem luta «corpo-a-corpo», o duelo estava ao rubro.

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Até que mais um incidente entre os dois pilotos da Force India – a quantidade de pontos que estes dois já desperdiçaram… – baralhou as contas todas e virou a corrida a favor da Ferrari… A entrada do «safety car» para que se limpassem os destroços na pista levou todos os carros a uma paragem extra nas «boxes» e, aí, entrou em cena o tal jogo de ultramacios novos que Vettel ainda tinha e montou para as últimas 10 voltas, quando Hamilton teve de se defender com pneus macios novos. A diferença de velocidade entre as duas misturas estava calculada em 1,3 s por volta…

Percebeu-se, então, o trabalho intenso feito pela Mercedes nos treinos de sexta-feira com os pneus macios porque Hamilton respondeu com uma rapidez surpreendente ao Ferrari calçado com ultramacios. A luta foi intensa e tudo se decidia em torno de ter o «fiel da balança» acima ou abaixo do segundo de diferença, o que decidia se Vettel podia ou não usar o DRS… Porque só pelo motor o Ferrari não conseguia passar o Mercedes como se viu das duas vezes que estiveram lado-a-lado na recta Kemmel. Uma luta fascinante, com Vettel a estabelecer novo recorde da pista a três voltas do fim e a chegar-se ao Mercedes. Dois gigantes a lutarem pela vitória, ninguém desiste até à meta!

No final Hamilton conseguiu mesmo levar a sua avante e, contra todas as previsões (pela grande diferença dos pneus) segurou de forma genial a liderança, juntando a vitória à «pole» galáctica conseguida na véspera. «Foi um fim-de-semana muito forte para mim e para a equipa. O Sebastian deu uma luta enorme, mas eu tinha dito que vinha aqui para fazer isto e foi o que fiz!».

Com o desalento bem patente num rosto fechado – ao ver a diferença dos terceiros jogos de pneus, ter-se-ia convencido de que tinha a vitória na mão… – Vettel ainda manteve o desportivismo: «Foi uma corrida bem divertida e intensa! Esperava que ele cometesse um erro que não fez, ele queria que eu fizesse um erro que não fiz… No recomeço, depois do ‘safety car’, estava demasiado perto e depois, no topo do Eau Rouge, foi bem divertido, estive quase a conseguir passar. Se compararmos com Silverstone, esta prova foi um grande avanço e, no próximo fim-de-semana, teremos a nossa corrida de casa, queremos brilhar frente aos ‘tifosi’!».

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O «safety car» surgiu na altura certa para Kimi Raikkonen recuperar o atraso sofrido com a penalização e entrar na luta com Valtteri Bottas pelo último lugar do pódio que ficaria para, claro, o sempre sorridente Daniel Ricciardo com um soberbo recomeço de corrida a assumir o 3.º posto e a defendê-lo de forma exímia até final. Uma discussão a três no final da longa recta Kemmel em que Bottas estava no meio e de que se saiu pior, caindo para um 5.º lugar que significou menos pontos para a Mercedes que, ainda assim, aumentou para 44 a vantagem sobre a Ferrari.

Com os dois «meninos» da Force India a brincarem aos «carrinhos de choque» e a desperdiçarem o que poderia ter sido um forte resultado de conjunto (reduzido assim a 2 pontos…), Nico Hulkenberg provou a evolução da Renault com um sólido 6.º lugar e a ser o «melhor dos outros», fora do trio da frente. Grosjean voltou a dar pontos à Haas após duas corridas em branco, enquanto a Williams parece ter acordado do pesadelo das qualificações para fazer uma boa corrida que levou Massa a pontuar e Stroll… a ficar à porta. Classificação:

PosPilotoEquipaTempo/Dif.Box
1 Lewis Hamilton Mercedes 1.24.42,820 h 2
2 Sebastian Vettel Ferrari a 2,358 s 2
3 Daniel Ricciardo Red Bull a 10,791 s 2
4 Kimi Räikkönen Ferrari a 14,471 s 3
5 Valtteri Bottas Mercedes a 16,456 s 2
6 Nico Hülkenberg Renault a 28,087 s 2
7 Romain Grosjean Haas a 31,553 s 2
8 Felipe Massa Williams a 36,649 s 3
9 Esteban Ocon Force India a 38,154 s 2
10 Carlos Sainz Toro Rosso a 39,447 s 2
11 Lance Stroll Williams a 48,999 s 2
12 Daniil Kvyat Toro Rosso a 49,940 s 2
13 Jolyon Palmer Renault a 53,239 s 2
14 Stoffel Vandoorne McLaren a 57,078 s 2
15 Kevin Magnussen Haas a 1.07,262 m 3
16 Marcus Ericsson Sauber a 1.09,711 m 3
Sergio Pérez Force India Colisão/suspensão 3
Fernando Alonso McLaren Motor 2
Max Verstappen Red Bull Motor 0
Pascal Wehrlein Sauber Suspensão traseira 1

E como estamos na época da «velocidade máxima» da Fórmula 1, o ideal é nem parar e seguir imediatamente para Itália, para a «catedral» de Monza onde, já no próximo fim-de-semana, terá lugar o G.P. de Itália. Mais uma pista de motor, onde a Mercedes chega como a grande favorita mas, depois do que se viu hoje na Bélgica, a Ferrari tem de ser encarada com candidata. «Ficámos surpreendidos com o ritmo da Ferrari, estiveram muito mais próximos do que esperávamos», reconheceu Toto Wolff, director da Mercedes, com um semblante algo preocupado.

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