F1Flash.com - Página Inicial Descubra o izigo.pt

G.P. da China – Mundial fica empatado com um Hamilton… «papão»!

Não foi o duelo cerrado que se esperava, mas esse parece guardado para um «filme» maior que poderá durar até Novembro! Lewis Hamilton venceu o G.P. da China sem ter de se bater directamente com Sebastian Vettel, mas ambos vão para o Bahrain, já no próximo fim-de-semana, empatados no comando do Mundial, com a Mercedes um ponto à frente da Ferrari. «Vai ser o Mundial mais difícil e disputado que já experimentei, mas estou ansioso por travar esta batalha!», dizia no final.

Lewis Hamilton adora o G.P. da China e a prova de Xangai parece gostar do britânico, compensando-o com alguns eventos que lhe facilitam a vida. Em especial quando ele, só por si, já faz um trabalho perfeito! Foi assim que chegou à sua 54.ª vitória e quinta na China – o primeiro está lá bem longe, com os 91 sucessos de Michael Schumacher que, diga-se de passagem, se mantém como recordista da volta da pista de Xangai!

Voltando à corrida de hoje, foi um início terrível, com os pilotos cheios de dúvidas por o asfalto estar seco em muitas zonas mas com grandes áreas com bastante água. «Era difícil escolher os pneus certos, nas voltas antes de ir para a grelha ainda tentei os ‘slicks’ mas era impossível… Mas havia muita pista seca…», contaria Hamilton. Assim, toda a grelha largou de intermédios, excepto Sainz (Toro Rosso) que pagou caro o risco no curto prazo, caindo para último na volta de abertura.

Numa partida que Hamilton receava – «será difícil pelo manuseamento da embraiagem mais delicado e porque não conseguimos simular no molhado, nem no simulador nem nos treinos livres», contara –, o britânico mostrou que estava nos seus dias e, como diria no final Toto Wolff, «quando o Lewis está nos dias ‘top’ ninguém o consegue parar!». Assim agarrou a liderança, com Vettel logo atrás e, como se esperava, um… «Mad Max» a vir por ali acima desde 16.º! «O início foi desafiante, acho que passei uns nove carros na primeira volta», contou Verstappen.

Ainda na volta inicial, um contacto de Sergio Perez (Force India) na roda traseira do Williams de Lance Stroll atirou o jovem canadiano para fora da corrida e provocou um «safety car virtual». A Ferrari jogou uma cartada e montou pneus macios no carro de Vettel porque a pista estava claramente a secar e não só… «Em poucas voltas, os pneus intermédios sofreram enorme degradação e fiquei contente por corrermos o risco», explicou Vettel.

Mas à 6.ª volta houve mesmo uma entrada do «safety car» em pista devido a nova batida de Antonio Giovinazzi (Sauber) na recta da meta que, já de «slicks», foi apanhado na armadilha da enorme zona molhada que se forma sob uma das gigantescas pontes que atravessam a pista… Todos aproveitaram para montar «slicks» – macios na Mercedes, supermacios na Red Bull – e, no balanço de todos aqueles eventos, Hamilton livrara-se da ameaça de Vettel, caído para 6.º! E Verstappen estava… em 3.º!

Em condições ainda delicadas de aderência, Hamilton procurava fugir aos dois Red Bull, com Verstappen a forçar a passagem a Ricciardo, enquanto Vettel perdia tempo atrás de Raikkonen durante uma quinzena de voltas, até o conseguir passar. Primeira conclusão: em Xangai o DRS não serviu de muito e, entre os primeiros, as manobras que se viram foram ataques arriscados, corajosos, bem planeados, só ao alcance de grandes pilotos! Mais uma vez: ainda estamos numa fase muito prematura dos novos regulamentos e até os pilotos estão a descobrir que terão de abordar as ultrapassagens de forma diferente. Na China vimos menos ultrapassagens que noutros anos, mas as que vimos… foram um soberbo espectáculo!

Na frente, Hamilton parecia controlar a corrida, mesmo quando Vettel acelerou o passo e passou os dois Red Bull: com bravura no duelo com Ricciardo – «ele defendeu-se tão bem, só podia ir por fora e, depois, tive de ‘abrir os braços’ e chegámos a bater rodas! Foi muito divertido!», contou o alemão – e aproveitando um erro de Verstappen, a travar tarde demais para o gancho.

No fundo, na China passou-se o contrário do que tínhamos visto na Austrália, Hamilton e o Mercedes estavam em posição de responder a tudo o que Vettel fizessem. «Ainda tentei colocar alguma pressão no Lewis mas, sempre que fazia uma boa volta, ele conseguia responder», dizia o alemão. «A Ferrari fez de facto um excelente trabalho e a prova foi esta troca de tempos que durou toda a prova», homenageava Hamilton.

Mas o tricampeão do Mundo estava «impossível»! E voltava a conquistar Xangai da forma mais esmagadora de sempre, conseguindo aquilo que se costuma designar por «Grand Chelem»: «pole», vitória, volta mais rápida e líder em todas as voltas. Na história da F1, é o 8.º piloto a conseguir essa proeza pela terceira vez! «Foi uma corrida muito dura. O ‘Seb’ voltou a fazer uma grande prova e, se não tem havido o ‘safety car’, teria sido outra vez muito disputada até final…», comentou Hamilton no pódio, antes de se virar para Verstappen: «E depois há este jovem aqui que parece voar por toda a gente quando o piso está molhado, tenho de ver uns vídeos para perceber como faz!».

Verstappen teve, de facto, uma corrida brilhante, mas acabou em grandes dificuldades para se defender dos ataques do colega de equipa, Daniel Ricciardo. O holandês tinha os pneus dianteiros em mau estado, o australiano estava claramente mais rápido e tentou algumas vezes a ultrapassagem. Mas notou-se que o valor da equipa falou mais alto na altura de calcular os riscos… Foi assim que quase se deixaram apanhar por um Kimi Raikkonen cuja melhor «performance» foi… após a corrida, quando conseguiu esconder dos jornalistas a enorme frustração que deveria estar a sentir: o finlandês terá falhado o pódio por a Ferrari ter demorado tanto a trocar-lhe os pneus pela segunda vez quando ele há tantas voltas reclamava com a falta de aderência…

Também Valtteri Bottas deitou um potencial pódio para o lixo. Quando estava atrás do «safety car», nas primeiras voltas, tentando manter os pneus quentes numa pista ainda muito traiçoeira… fez um pião! «Foi um erro estúpido da minha parte que nos custou uma grande quantidade de pontos… Ainda bem que há já uma corrida no próximo fim-de-semana!», contaria o finlandês que ainda chegaria ao 6.º lugar, num dia que lhe correu tão mal… que até o seu engenheiro lhe chamou Nico!

Ainda se recorda do erro crasso de Carlos Sainz em ser o único a largar de «slicks»? Pois o risco acabou por pagar… a longo prazo, pois ganhou muitos lugares quando todos tiveram de se livrar dos intermédios e, com um Toro Rosso razoavelmente competitivo e uma pilotagem muito competente, terminou num sólido 7.º lugar. Destaque também para o excelente 8.º posto de Magnussen (Haas), com os dois Force India a fecharem o «top ten», onde Fernando Alonso andou muito tempo, até um semi-eixo do McLaren o atraiçoar… Classificação:

PosPilotoEquipaTempo/Dif.Box
1 Lewis Hamilton Mercedes 1.37.36,158 h 4
2 Sebastian Vettel Ferrari a 6,250s 5
3 Max Verstappen Red Bull a 45,192 s 4
4 Daniel Ricciardo Red Bull a 46,035 s 4
5 Kimi Räikkönen Ferrari a 48,076 s 4
6 Valtteri Bottas Mercedes a 48,808 s 4
7 Carlos Sainz Toro Rosso a 1.12,893 m 4
8 Kevin Magnussen Haas a 1 volta 5
9 Sergio Pérez Force India a 1 volta 6
10 Esteban Ocon Force India a 1 volta 5
11 Romain Grosjean Haas a 1 volta 5
12 Nico Hülkenberg Renault a 1 volta 5
13 Jolyon Palmer Renault a 1 volta 4
14 Felipe Massa Williams a 1 volta 6
15 Marcus Ericsson Sauber a 1 volta 4
16 Fernando Alonso McLaren Semi-eixo 4
17 Daniil Kvyat Toro Rosso Prob. mecânico 4
18 Stoffel Vandoorne McLaren Pressão gasolina 5
19 Antonio Giovinazzi Sauber Despiste 1
20 Lance Stroll Williams Colisão 0

A esta hora, já as equipas terão grande parte do material embalado para o início de uma outra corrida, a da logística. São largas toneladas a caminho do aeroporto de Xangai de onde ainda esta madrugada sairá o primeiro dos vários Boeing 747 com destino ao Bahrain. Porque no próximo fim-de-semana… há mais!

Partilhar Notícia.