G.P. da Europa – Rosberg correu «sozinho» e alargou vantagem no Mundial

Confirmou-se a nossa previsão: Nico Rosberg arrancou bem, sobreviveu à primeira curva e nunca mais ninguém o viu… nem mesmo na transmissão televisiva! O alemão obteve a sua 19.ª vitória na Fórmula 1, inscreveu o seu nome como vencedor do primeiro Grande Prémio realizado no Azerbeijão (mesmo se sob a designação de G.P. da Europa), deu o 52.º triunfo à Mercedes mas, acima de tudo, repôs a vantagem no Mundial, sobre Lewis Hamilton, nos 24 pontos!

«Um fim-de-semana perfeito num circuito espectacular!», resumia Rosberg, homenageando a pista de Baku que conquistou a esmagadora maioria dos pilotos. «Foi uma longa corrida mas pude gerir os pneus e o consumo sem problemas. Claro que estes pontos que ganhei no campeonato são óptimos, mas temos ainda muito campeonato pela frente!».

Atrás… muito atrás de si, a Red Bull dava enorme tiro no pé com opções estratégicas surpreendentemente erradas, retirando quaisquer hipóteses a Daniel Ricciardo de defender o 2.º lugar de que tinha largado e que mantivera. É certo que Sebastian Vettel cedo se mostrara rápido e difícil de parar, colocando o Ferrari na 2.ª posição, acabando o alemão por fazer uma corrida algo solitária. «Foi um grande trabalho e o carro parece ter um bom ritmo. Foi um prazer correr nesta pista com curvas rápidas como devem ser! Segundo lugar pela segunda vez consecutiva significa que estamos a evoluir», resumiu Vettel.

Espectacular foi a corrida de Sergio Perez, a provar a rapidez do Force India e a conseguir, em estilo, um 3.º lugar (segundo pódio do ano… na segunda corrida citadina) mais que justo: a posição estava garantida devido a uma penalização de 5 s a Raikkonen que cortou a linha de entrada das «boxes» – a direcção de prova avisara os pilotos que não o toleraria… –, mas o mexicano não se limitou a ficar encostado ao finlandês da Ferrari à espera da decisão administrativa e, à entrada da última volta, passou-o mesmo na pista! «Queria passá-lo para poder subir ao pódio, os meus mecânicos mereciam-no pelo espantoso trabalho que fizeram ontem a recuperar o carro, depois de ter batido a duas horas da qualificação…».

E Lewis Hamilton? Ele avisara que hoje iria tentar limitar os danos da disparatada qualificação que o deixara em 10.º na grelha. E foi o que fez, apesar do descontrolo emocional evidenciado a certa altura, quando o seu Mercedes perdeu potência, gritando com o seu engenheiro e pedindo-lhe informações que este, por regulamento, não lhe podia dar… Apesar dos problemas com o modo errado em que estava o motor, Hamilton conseguiu um quinto posto que, lá está, limitou os estragos de um fim-de-semana que começou muito bem mas descambou totalmente a partir do Q2 da qualificação… «Foi uma pena não ter podido correr e dar luta, que era o que eu queria…», lamentou-se.

Desilusão acabaram também por ser os Williams, de quem se esperava muito mais, pelas características rápidas e com uma longa recta da pista de Baku. Se o FW38 se mostra desconfortável nos circuitos lentos, devia brilhar nos mais rápidos, mas não isso que aconteceu e Bottas nem se conseguiu aproximar de um Hamilton em défice de potência… Classificação:

O Mundial prossegue dentro de duas semanas, com o G.P. da Áustria, na casa da equipa de Ricciardo e Verstappen, em Spielberg: o Red Bull Ring receberá a nona prova do campeonato de 2016.