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G.P. da Malásia – Ricciardo e Red Bull capitalizam o drama de Hamilton!

Há poucas montanhas-russas que se consigam assemelhar aos altos-e-baixos que tornaram o G.P. da Malásia a mais emocionante e imprevisível corrida do Mundial de F1 deste ano! Após voltas e reviravoltas, surpresas e incidentes, emergiu a Red Bull a conseguir uma dupla (que já não conhecia desde o Brasil de 2013), com Daniel Ricciardo a bater Max Verstappen, num intenso duelo… Enquanto Hamilton enxugava as lágrimas por ver o título a fugir-lhe das mãos, depois de ter uma boa vantagem aparentemente nem segura!

O motor do Mercedes de Hamilton rebentou com «fogo-de-artifício», sem qualquer aviso, quando faltavam 15 voltas para o final e o tricampeão do Mundo tinha 20 s de avanço. Ricciardo herdava assim a vitória. «Foi com alguma sorte, mas também já perdemos assim, acho que merecemos esta», disse o australiano ainda pelo rádio, recordando como tinha entregue o triunfo no Mónaco ao britânico da Mercedes… Na luta do título, no final da 1.ª volta Hamilton estava com 17 pontos de avanço sobre Rosberg e saiu de Sepang com uma desvantagem de 23, a cinco corridas do final do ano! Que dia mais agitado!

A corrida começou logo irrequieta, com um incidente na partida a deixar Vettel de fora, com a suspensão frente-esquerda partida. Desta feita Hamilton reagiu bem e não deu hipóteses, agarrando o comando, enquanto Rosberg se contentava com o 2.º lugar… até ser virado ao contrário por um Vettel demasiado optimista na sua luta com Verstappen! O alemão comentou que tinha sido «um acidente de corrida», o holandês foi mais violento pelo rádio: «O ‘Seb’ foi bater no Nico como um idiota!». Um incidente a ser investigado mas que poderá valer a Vettel alguma penalização…

Rosberg caiu quase para último e Hamilton ficava isolado na frente. Começava, contudo, um interessantíssimo «jogo de xadrez», com a Red Bull a dividir as estratégias dos seus carros, de forma a atacar o único Mercedes de duas formas: Ricciardo marcava Hamilton directamente; Verstappen optava por uma táctica alternativa, com uma paragem prematura a aproveitar um «safety car» virtual quando Grosjean se despistou.

Perante uma permanente indefinição sobre o desfecho das estratégias, a Hamilton só restava forçar o andamento e, a 15 voltas do final, mesmo que os seus pneus duros já não estivessem com a melhor das saúdes, parecia com a corrida controlada. Tanto mais que Ricciardo e Verstappen se entregavam a um fabuloso duelo em que o australiano puxou dos galões mostrando ao jovem que a experiência ainda vale alguma coisa… Nem lhes passava pela cabeça que estavam a lutar pela vitória!

Sem qualquer aviso na telemetria da «box» da Mercedes, segundo o responsável técnico Paddy Lowe, o motor de Hamilton fumegou na recta da meta antes de expelir uma enorme labareda. O piloto levava as mãos ao capacete, numa imagem da enorme frustração de quem via fugir por entre os dedos a viragem que procurava na situação do Mundial! «Tenho de seguir em frente. Mas custa-me a acreditar que haja oito carros com motores Mercedes e só os meus motores é que tenham problemas!», lamentava-se Lewis Hamilton que via uma potencial vantagem na luta pelo título transformar-se num agravamento da desvantagem para 23 pontos!

Porque, entretanto, Rosberg conseguira recuperar todos os lugares possíveis, acabando a lutar com Raikkonen, cujo Ferrari não teve andamento para o Mercedes. Mesmo assim, o alemão forçou a passagem ao finlandês, chegando mesmo a tocar no carro vermelho, o que lhe valeu uma penalização de dez segundos dos sensíveis Comissários Desportivos que, pelos vistos, não querem que se lute em pista…

Na frente, a partir do momento em que Hamilton abandonou, Ricciardo e Verstappen ficaram com a dupla da Red Bull na mão e, apesar de uma instrução… encriptada para «velejarem» até final, o jovem holandês não acalmou os seus ímpetos, procurando a segunda vitória. Desta vez, contudo, o australiano não iria deixar escapar o seu quarto triunfo, primeiro do ano! Após um duelo extenuante, nenhuma escondia o estado em que se encontravam… mesmo depois de uns golos de champanhe directamente da bota de Ricciardo!

«Estou exausto, é uma corrida duríssima e desafiante! Tinha dito que ganharia uma corrida este ano e aqui está. Tenho aqui família e sinto-me extremamente grato por esta vitória!», disse Ricciardo que resumiu: «O Lewis liderou, mas depois teve o problema. Não tenho nada contra o Lewis, mas no Mónaco aconteceu ao contrário, por isso hoje recebo esta com alegria!». E já tinha a festa marcada… para um local invulgar: «Alguns de nós vão voar hoje à noite para Tóquio, mas havemos de beber uns uísques no avião! E amanhã vamos tirar um dia de descanso». Verstappen concordava numa coisa: «Forçámos a corrida toda, andámos sempre a fundo, precisamos de descansar!».

Penalizado em 10 s, Rosberg forçou ao máximo na fase final da corrida para abrir tempo suficiente para Raikkonen que lhe permitisse manter o 3.º lugar que lhe garantiu uma posição muito mais confortável na liderança do Mundial. E resumia o que pode ser um Grande Prémio: «No início pensei que tudo estivesse acabado. Mas quando vi que o carro afinal não tinha problemas, conseguir lutar de volta até ao pódio foi simplesmente fabuloso! Esperava por um dia melhor mas às vezes estas coisas acontecem…». Só não foi suficiente para aquilo que parecia mais fácil: a Mercedes comemorar em Sepang o seu 3.º título mundial de Construtores, coisa que a Red Bull conseguiu adiar, pelo menos, por mais uma semana.

Com tanta agitação lá na frente, desta vez nem foi preciso concentrar-nos nos muitos duelos pelas posições secundárias para encontrarmos motivos de interesse, num dos melhores espectáculos do ano! Mas há que destacar a vitória estratégica da Williams (que já falhou tantas vezes!) que levou Bottas a 5.º com algo de inédito, apenas uma paragem, com um jogo de médios e outro de duros…

E assim se superiorizou aos Force India e aos McLaren (em francos progressos!), sendo que esta última equipa merece dois destaques: a fabulosa recuperação, mais uma, de Fernando Alonso que subiu de 22.º até 7.º; e os pontos de Jenso Button no seu 300.º Grande Prémio. Por fim, não podemos passar ao lado do primeiro ponto marcado por Jolyon Palmer, numa boa corrida com o Renault. Classificação:

PilotoTempo/Dif.
1  Daniel Ricciardo 1.37.12,776 h
2  Max Verstappen a 2,443 s
3  Nico Rosberg a 25,516 s
4  Kimi Raikkonen a 28,785 s
5  Valtteri Bottas a 1.01,582 m
6  Sergio Perez a 1.03,794 m
7  Fernando Alonso a 1.05,205 m
8  Nico Hulkenberg a 1.14,062 m
9  Jenson Button a 1.21,816 m
10  Jolyon Palmer a 1.35,466 m
11  Carlos Sainz a 1.38,878 m
12  Marcus Ericsson a 1 volta
13  Felipe Massa a 1 volta
14  Daniil Kvyat a 1 volta
15  Pascal Wehrlein a 1 volta
16  Esteban Ocon a 1 volta
 Felipe Nasr prob. mecânico
 Lewis Hamilton Motor
 Esteban Gutierrez Roda solta
 Kevin Magnussen Danos de colisão
 Romain Grosjean Travões/despiste
 Sebastian Vettel Colisão

O Mundial de Fórmula 1 não tem um minuto de descanso e as equipas apressaram-se a empacotar as muitas toneladas de material que seguirão já amanhã, por via aérea, para o aeroporto de Nagoya. É o mais próximo do circuito de Suzuka onde, já no próximo fim-de-semana, se realizará o G.P. do Japão.

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