Nico Rosberg bem dizia que precisava de férias e voltou a prová-lo com uma soberba vitória no G.P. de Singapura, a terceira em três provas desde que… voltou ao trabalho! E assim deu a volta ao Mundial e recuperou o comando, com 8 pontos de vantagem sobre Lewis Hamilton que, este fim-de-semana, nunca se mostrou à vontade, não indo além do 3.º lugar. Para a Mercedes, mais uma vitória e a possibilidade de se tornar campeã de Construtores já na próxima prova, na Malásia!
«Foi um fim-de-semana fabuloso, começando pela ‘pole’ e, hoje, com um arranque fantástico e esta vitória! Sabia que ia ser apertado na fase final da corrida mas estou encantado», dizia Rosberg no final de uma das mais interessantes e movimentadas corridas do ano, desviando a conversa quando lhe perguntaram sobre a nova liderança do Mundial. «Não estou focado nos pontos, apenas super feliz com esta vitória». Pois, pois…
Nico Rosberg teve um tempo de reacção perfeito ao apagar dos semáforos e colocou-se logo na frente, mantendo Ricciardo e Hamilton atrás de si. Mas a corrida conheceria logo o indispensável «safety car» – nunca houve G.P. de Singapura sem um… – com o toque de Sainz em Hulkenberg que atirou o Force India contra o muro das «boxes». No recomeço, o alemão da Mercedes voltou a «ir-se embora» e passou a controlar a corrida.
No entanto, Daniel Ricciardo manteve sempre Rosberg debaixo de olho, pois as estratégias de Mercedes e Red Bull andaram desencontradas e só se iriam encontrar nas últimas voltas. Foi precisamente a 15 voltas do final que se percebeu que Rosberg, com pneus macios já bastante usados, poderia estar à mercê do Red Bull que acabara de montar supermacios novos, deixando enorme «suspense» para o final da corrida.
Ricciardo conseguiu, de facto, uma enorme recuperação de tempo e acabou a corrida já colado a Rosberg (cortou a meta a meio segundo do Mercedes!). Mas a questão não era só a maior rapidez entre os dois, e alguns segundos perdidos nas dobragens acabaram por impedir que chegasse a atacar Rosberg que terminou mesmo nos limites. O alemão cortou a meta em enorme festa, comemorando esfuziantemente o triunfo no seu 200.º Grande Prémio e a passagem para a frente no Mundial.
Pelo terceiro ano consecutivo, Ricciardo subiu ao pódio em Singapura… mas ainda não foi ao degrau desejado: «Estivemos perto de estar mais acima, mas não posso estar desiludido… É fantástico estar aqui no pódio. Quando parámos pensámos que o Nico também iria entrar e por isso forcei ao máximo. Mas ele acabou por não entrar…». Uma grande prova da Red Bull que tentou uma jogada estratégica para apanhar a Mercedes desprevenida… e quase ia conseguindo!
Animado também foi o duelo pelo último lugar do pódio, inicialmente com Hamilton a agarrá-lo e sem Verstappen, que se atrasara no arranque, a incomodá-lo. Mas eis que os Mercedes voltaram a ter alguns problemas com os travões e Kimi Raikkonen mostrou que os Ferrari eram, de facto, carros competitivos na pista de Singapura.
O finlandês chegou mesmo a passar Hamilton mas, nas «boxes», a ordem foi invertida e o tricampeão do Mundo acabou mesmo por ir ao pódio, limitando os danos num fim-de-semana em que esteve sempre discreto. «Não foi dos pódios mais felizes, mas parabéns ao Nico que guiou muito bem todo o fim-de-semana e mereceu esta vitória», homenageou Hamilton. «O Mundial está muito diferente do que estava no ano passado por esta altura, mas estou na luta e espero voltar ao meu melhor já na próxima corrida».
Se Raikkonen mostrou a competitividade do Ferrari, o que dizer da recuperação de Sebastian Vettel, vindo de 22.º até ao 5.º posto, fazendo a volta mais rápida e muitas ultrapassagens! Como teria sido tão mais animada esta corrida com a participação do alemão, afastado dos lugares da frente pelo problema da qualificação…
Animação não faltou à corrida de Verstappen (Red Bull) que, tendo realizado uma má partida – foi o que levou Sainz a desviar-se, acabando involuntariamente por apertar Hulkenberg –, acabou por estar envolvido em lutas muito duras e emotivas, em especial com Daniil Kvyat (Toro Rosso), mas também com Sergio Perez (Force India, outra enorme recuperação!) e Fernando Alonso (McLaren). Destaque final para o ponto recolhido por Kevin Magnussen para a Renault que já não sabia o que isso era desde o G.P. da Rússia! Classificação:
Pos | Piloto | Equipa | Tempo/Dif | Box |
---|---|---|---|---|
01 | Nico Rosberg | Mercedes | 1.55.48,950 h | 3 |
02 | Daniel Ricciardo | Red Bull | a 0,488 s | 4 |
03 | Lewis Hamilton | Mercedes | a 8,038 s | 4 |
04 | Kimi Raikkonen | Ferrari | a 10,219 s | 4 |
05 | Sebastian Vettel | Ferrari | a 27,694 s | 3 |
06 | Max Verstappen | Red Bull | a 1.11,197 m | 4 |
07 | Fernando Alonso | McLaren | a 1.29,198 m | 3 |
08 | Sergio Perez | Force India | a 1.51,062 m | 2 |
09 | Daniil Kvyat | Toro Rosso | a 1.51,557 m | 3 |
10 | Kevin Magnussen | Renault | a 1.59,252 m | 3 |
11 | Esteban Gutierrez | Haas | a 1 volta | 3 |
12 | Felipe Massa | Williams | a 1 volta | 4 |
13 | Felipe Nasr | Sauber | a 1 volta | 3 |
14 | Carlos Sainz | Toro Rosso | a 1 volta | 4 |
15 | Jolyon Palmer | Renault | a 1 volta | 3 |
16 | Pascal Wehrlein | Manor | a 1 volta | 3 |
17 | Marcus Ericsson | Sauber | a 1 volta | 4 |
18 | Esteban Ocon | Manor | a 2 voltas | 4 |
— | Jenson Button | McLaren | Prob. mecânicos | 4 |
— | Valtteri Bottas | Williams | Prob. mecânicos | 5 |
— | Nico Hulkenberg | Force India | Colisão | 0 |
— | Romain Grosjean | Haas | Não partiu/travões | 0 |
Refira-se que Romain Grosjean nem chegou a arrancar, devido a problemas no sistema de travões «by wire» O Mundial regressa dentro de duas semanas para as provas… madrugadoras! Em fins-de-semana consecutivos, teremos o G.P. da Malásia, em Sepang, a 2 de Outubro, e logo depois o G.P. do Japão, em Suzuka, a 9 de Outubro.