GP do Abu Dhabi — Vettel liderou um pelotão com a cabeça… já em 2018!

Sebastian Vettel foi o mais rápido na primeira sessão de treinos para o G.P. do Abu Dhabi, embora tenha Lewis Hamilton (Mercedes) e Max Verstappen (Red Bull) a apenas um décimo. Apesar de esta ser a sessão menos significativa – por a pista ainda estar muito suja e a temperatura ser muito mais elevada que a que encontrarão na qualificação e corrida, já no lusco-fusco e noite –, o resultado foi promissor, pois a sua marca ficou a menos de três décimos da «pole» do ano passado e a meio segundo da melhor marca jamais feitas nesta pista: 1.31,424 por Hamilton, no Q2 de 2011.

Com o calor de que tanto gosta, o Ferrari SF70-H mostrou-se bastante à vontade, com o alemão a conseguir, já na última fase da sessão, bater o tempo de Lewis Hamilton por um décimo de segundo. Com Max Verstappen a colocar o Red Bull também a um décimo de Vettel (e a 28 milésimos de Hamilton), mesmo rodando pouco por a equipa estar num regime de poupança dos seus motores – Ricciardo andou até num modo de menor potência –, o cenário no topo é de mais uma luta animada entre as três equipas da frente.

Este treino, contudo, foi também um teste para 2018, em especial para Mercedes e Ferrari. O carro de Raikkonen começou a sessão «marcarado» com aparatosa parafernália de sensores aerodinâmicos pendurada na traseira, enquanto os carros campeões do Mundo tinham uma asa dianteira com novas e invulgares formas nas extremidades que mais pareciam pequenos túneis, em contraste com os habituais planos horizontais. E também estrearam retrovisores diferentes (aparentemente mais volumosos) e numa posição mais alta. Tudo isto são, obviamente, experiências para o carro de 2018.

No final da sessão, Valtteri Bottas rodou com o Halo montado no seu carro (Ericsson também o testou no Sauber), numa experiência dinâmica depois de um ensaio estático, ontem, que parece não ter corrido particularmente bem: o piloto finlandês equipou-se todo, sentou-se no seu lugar com os cintos apertados e tentou sair o mais rápido possível, tendo demorado… mais de 10 segundos por nem saber bem onde havia de pôr as mãos para se extrair! Não significa isto que o Halo complique a vida aos pilotos, apenas que também do lado destes haverá algum trabalho para se adaptarem a uma nova realidade, perante o «choro» de Lewis Hamilton: «Esta corrida é o fim de uma era, em que temos carros bonitos…».

A sessão foi relativamente pouco agitada, apenas com algumas saídas mais largas e piões de Hulkenberg (Renault) e Grosjean, este ainda a tocar ligeiramente no muro com a traseira do Haas. Notou-se que a maior parte das equipas está já com a cabeça mais em 2018 do que propriamente a preparar o G.P. do Abu Dhabi. Provavelmente esse trabalho ficará para o segundo treino, que se realizará à mesma hora da corrida…

Carlos Sainz terminou o treino um pouco mais cedo porque a Renault tinha programada uma troca de motor no seu carro para o segundo treino mas, em princípio, por uma unidade já usada, logo, sem penalização. Quem não se livra dos já habitual retrocesso na grelha de partida – desde que se estreou, nos Estados Unidos, não falhou uma corrida! – é Brendon Hartley que já teve de montar nova unidade MGU-H no motor Renault o que deverá significar, para já, 10 lugares de penalização.

Breves palavras ainda para os jovens que fizeram apenas este treino livre, com o britânico George Russell a voltar a impressionar no Force India de Ocon, com um 11.º tempo, a seis décimos de Sergio Perez. Russell deverá ser o piloto de reserva da equipa no próximo ano e tem a porta da F1 aberta! Já Antonio Giovinazzi teve mais uma oportunidade na Haas e, apesar de um pião, ficou a sete décimos de Grosjean, o que também é positivo para o italiano. Tempos da primeira sessão de treinos livres:

A segunda sessão será disputada já ao anoitecer, com uma queda sensível das temperaturas. E com o asfalto mais fresco é natural que os tempos obtidos no primeiro treino venham a baixar. A conferir a parir das 13 horas de Portugal Continental e Madeira.