Gene Haas é o norte-americano que anda nas bocas do Mundo como o líder da nova equipa de F1 que alinhará a partir do próximo ano, no que representa uma nova tentativa de haver uma escuderia norte-americana na disciplina máxima do desporto automóvel. Mas, antes disso, Haas é um multimilionário que construiu a sua fortuna, nomeadamente, com a empresa Haas Automation que produz máquinas CNC de alta precisão para a indústria metalomecânica e que está representada em Portugal há já 15 anos.
Pois foi o próprio Haas que se deslocou à área industrial de Aveleda, perto do Porto, para a inauguração das novas instalações da Haas Factory Outlet – Portugal e, claro, o envolvimento na F1 era assunto incontornável. Aliás, na apresentação, Haas fez-se acompanhar por um monolugar decorado com os logos da marca. «O programa de Fórmula 1 permite-nos mostrar os nossos produtos num palco global e evidenciar a tecnologia que utilizamos», justificou Gene Haas a «aventura» em que se está a meter e que inclui a parceria com a Ferrari – fornecimento de motores e de vários outros componentes como caixas de velocidade e suspensões, além da utilização do túnel de vento – e a compra das antigas instalações da Marussia como base europeia.
Haas sabe que não poderá competir, de entrada, com gigantes como a Mercedes ou a Ferrari mas não se atemoriza: «Representamos os Estados Unidos e temos de ser capazes de competir e ser bem sucedidos com os nossos concorrentes europeus. Acho que arrisco o meu nome, num certo sentido, e tenho a certeza de que vamos ser bem-sucedidos. Não o faria se pensasse o contrário. Temos obviamente que ultrapassar o atraso que temos em termos de tempo através de uma abordagem diferente».
E quanto à turbulência que se vive actualmente na F1, com críticas vindas de tantos quadrantes, diz que isso não o impressiona, nem tão-pouco o fez hesitar no momento de avançar: «Não há um ‘timing’ perfeito para se entrar. Conheço a F1 há 30 anos e olho para as coisas de forma diferente. Hoje há mais interesse, há mais candidatos a corridas do que vagas disponíveis. A F1 é entusiasmante e tem de ser encarada de um ponto de vista internacional”.
A importância do envolvimento na F1 foi também salientado por Carlos Villas-Boas, director geral da Haas Factory Outlet – Portugal: «O mundo da Fórmula 1 permite-nos chegar mais longe, intensificar a nossa imagem de empresa alta tecnologia e isso é de extrema importância para uma empresa como a nossa».
O Haas F1 Team está sediado em Kannapolis, na Carolina do Norte – onde também fica a equipa Newman-Haas, de Nascar – e será dirigido por Dave O’Neill. Na direcção técnica estará Günther Steiner, enquanto o departamento de aerodinâmica será liderado por Ben Agathangelou, engenheiro de larga experiência com passagens pela Benetton, Jaguar, Red Bull e Ferrari no currículo!
