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Jean Todt: «A F1 tem uma dor de cabeça, não um cancro!»

O presidente da FIA, Jean Todt, está pronto a sentar-se com Bernie Ecclestone para, em conjunto, decidirem sobre o caminho que a Fórmula 1 deverá seguir. Isto depois de várias vozes clamarem contra a ineficácia do Grupo Estratégico da F1 em que as equipas não se entendem. «Se querem que sejamos nós a definir o caminho, dêem-me uma mandato para isso, mas tem de ser por escrito, porque falatório há muito!», diz o francês.

E até contrapõe: «Os que agora dizem que é melhor ser a FIA e o detentor dos direitos comerciais a definir o futuro da F1 serão os primeiros, depois, a gritar que não estamos a seguir o caminho certo que não os consultámos!». E pede para se acabar com este clima de constante criticismo vindo de dentro da própria F1. «Só serve para afastar as pessoas do desporto e, em consequência disso, os investidores e potenciais novos construtores».

O presidente da FIA reconhece que «há problemas a resolver» mas quer dar-lhes a sua real dimensão: «Direi que a F1 sofre de uma dor de cabeça, não de um cancro! E penso que a ‘medicação’ vem a caminho, não me parece que a F1 precise de mudanças profundas».

Tema em que Jean Todt aceita críticas é o elevado custo das motorizações híbridas, embora continue a achar que é a solução certa para a F1: «Os motores são enorme evolução mas demasiado caros. Aqui assumo a responsabilidade de, provavelmente, não ter imposto um preço máximo para os clientes. Mas esse é um assunto que procuraremos resolver».

Quanto às críticas de que na actual F1 os pilotos só se preocupam em gerir consumos, pneus e travões, Todt responde… com memória: «A primeira vez que liderei uma equipa de F1 foi em 1993 e já então tínhamos problemas com travões, pneus e gasolina. A diferença é que as transmissões rádio eram apenas entre as equipas e os pilotos, ninguém as ouvia… Mas se o problema é esse e se quiserem pôr mais 5 kg de gasolina, não me oponho».

Declarando-se frontalmente contra a ideia dos «carros-cliente» mas disposto a aceitar formas de permitir às equipas acederem mais facilmente a determinadas tecnologias, o presidente da FIA deseja que não haja mais abandonos por parte das pequenas equipas: «Custou-me imenso ver a Caterham partir e foi por isso que fizemos tudo para que a Manor continuasse. Mas, por vezes, subestima-se os custos da F1 e como é difícil ser-se competitivo e, em especial, manter-se competitivo. É uma injustiça dizer que é tudo fácil para a Mercedes, eles fizeram um trabalho tremendo!».

A finalizar, Todt não deixou de criticar, indirectamente, as ameaças da Red Bull de sair da F1: «É injusto invocar, digamos, falsas questões para justificar o descontentamento e alguma vontade de sair. Mas ao menos podiam assumir ‘quero vencer, não consigo vencer, vou-me embora’».

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