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Jules Bianchi (1989-2015) perdeu a sua mais longa batalha

Foram nove meses de uma luta terrível de que ninguém terá verdadeira consciência mas que agora chegaram ao fim. A família de Jules Bianchi, o piloto francês que sofreu gravíssimo acidente no último G.P. do Japão, a 5 de Outubro do ano passado, anunciou esta madrugada a sua morte. Um talento nato que parte com apenas 25 anos (faria 26 a 3 de Agosto), quando se imaginava com um futuro tão grande à sua espera, em especial com o apoio da Ferrari que cedo o integrou na sua Driver Academy.

Bianchi embateu num pequeno tractor que retirava outro carro de uma escapatória de Suzuka, numa corrida marca pelas péssimas condições atmosféricas, ficando imediatamente em coma devido aos gravíssimos ferimentos sofridos a nível cerebral e que logo se anunciaram como ameaçadores da sua vida. Em meados de Novembro saiu do coma artificial e foi transferido para um hospital de Nice, mas nunca mais recobrou a consciência. O seu pai, Philippe Bianchi, chegou a explicar a luta do seu filho, dizendo que «a sua condição é estável, os seus órgãos funcionam sem ajuda externa, mas continua inconsciente».

Tal como em pista, Bianchi sempre foi um lutador e prolongou a sua batalha pela vida até aos limites do que a ciência julgava possível. Mas já há cinco dias que o seu pai lançara um alarme: «Os progressos devem ser feitos nos primeiros seis meses e já passaram nove sem avanços significativos, o que me vai deixando cada vez menos optimista».

Esta madrugada, foi a família quem anunciou a notícia que todos temíamos: «O Jules bateu-se mesmo até ao fim, como sempre o fez, mas ontem a sua batalha terminou». E agradeceu às equipas médicas de Nice e do hospital japonês, bem como aos colegas pilotos, aos amigos e aos fãs que «nos deram a força necessária para resistir nestes momentos tão difíceis».

«Estamos devastados e não temos palavras para descrever a tristeza que invadiu a nossa equipa» lê-se num comunicado da Manor Marussia. «O Jules era um talento que despontava, além de um fantástico ser humano. Deixou uma marca indelével nas nossas vidas e fará sempre parte do que conseguimos e do que conseguirmos». Foi, aliás, Bianchi o responsável último por a equipa ainda existir já que o esforço feito para a manter de pé se deveu à possibilidade de contar com um prémio financeiro garantido pelos dois pontos conquistados pelo piloto francês, no ano passado, no Mónaco.

Jules Bianchi nasceu em Nice, a 3 de Agosto de 1989. Foi campeão de Fórmula Renault 2.0 em 2007 e venceu as Euro Series de Fórmula 3 em 2009. A Ferrari rapidamente se apercebeu do seu talento, recrutando-o para a sua Driver Academy. Foi terceiro piloto da Force India durante 2012, mas a estreia oficial na F1 só aconteceu no G.P. da Austrália de 2013, já com a Marussia. Foram dois anos a lutar no fim do pelotão, até à fabulosa exibição no Mónaco que lhe valeu os únicos pontos na F1.

A carreira desta estrela em ascensão foi brutalmente cortada num despiste não totalmente explicado, numa situação sob bandeiras amarelas e, no fundo, numa sucessão de azares daqueles que só uma «zanga dos deuses» pode explicar… Bianchi foi o 35.º piloto de F1 a perder a vida num acidente em pista.

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