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Mónaco e Indy no mesmo dia! Quais as diferenças entre os dois carros?

Hoje é aquele domingo em que coincidem duas das corridas mais mediáticas do Mundo, o G.P. do Mónaco e as 500 Milhas de Indianápolis, sendo a altura ideal para abordar uma questão que tantas vezes é levantada: qual a diferença entre os monolugares de F1 e os Indycars? Questão tanto mais pertinente porque, hoje, teremos a mesma a equipa a competir dos dois lados do Atlântico no espaço de poucas horas, com a McLaren/Honda no Mónaco e a McLaren Honda Andretti em Indianápolis.

A resposta mais curta, rápida e directa é que os dois carros… não têm nada a ver! Talvez o facto de serem monolugares seja o único ponto em comum, sendo o de F1 tecnologicamente muito mais avançado que o da fórmula americana que é relativamente simples. Aliás, a diferença começa logo pela regra que obriga, na F1, cada equipa a construir o seu próprio chassis (monocoque em fibra de carbono), enquanto na competição dos «States» há um chassis único (Dallara IC-12) e dois fabricantes de motores (Honda e Chevrolet).

A gigantesca diferença em termos tecnológicos salta logo à vista quando se colocam lado-a-lado os volantes dos dois carros! No do McLaren MCL32 praticamente não há espaço para mais um pequeno botão que seja, com 22 comandos distintos, dos quais nove são rotativos com diversas posições. Já o do Dallara é muito mais simples, com apenas nove comandos a usar em Indianápolis – o botão do «push to pass» não é utilizado – e só com um rotativo para os diversos mapas de motor.

Mas vejamos, de forma mais sintetizada, as grandes diferenças entre um Fórmula 1 e um Indycar:

MOTOR – Na F1 é um V6 1.6 turbo híbrido, com sistemas de recuperação das energias da travagem e do calor dissipado pelo turbo, transformadas em electricidade; nos Indycars são motores V6 2.2 biturbo.

POTÊNCIA – Os melhores grupos propulsores de F1 já ultrapassam os 900 cv, aproximando-se bastante dos 1000 cv, incluindo a potência extra do sistema híbrido; os motores dos Indycars variarão entre os 550 e os 700 cv, em função da pressão de turbo de que se usar a cada momento.

COMBUSTÍVEL – A F1 usa gasolina sem chumbo, a Indycar utiliza o chamado combustível E85, uma mistura de 15% de gasolina e 85% de etanol. Na F1 o consumo está limitado a 105 kg por corrida, na Indycar há reabastecimentos (por gravidade), sendo o único limite o tamanho do depósito, de 70 litros.

CAIXA DE VELOCIDADES – Fabricadas pelas equipas (embora haja casos em que as escuderias mais pequenas compram às maiores), as caixas de F1 são semi-automáticas de 8 velocidades; as dos Indycars são fornecidas pela Xtrac, sendo sequenciais de seis velocidades. Em Indianápolis, os pilotos andam quase todo o tempo (excepto os «pit stops») em 5.ª ou 6.ª.

PESO – Na F1 há um peso mínimo a respeitar, de 728 kg incluindo o piloto com o seu equipamento, mas sem contar com o combustível. Nas corridas nas grandes pistas ovais, os Indycars têm de estar acima dos 716,67 kg (1580 libras), sem contar com combustível ou pilotos.

PRESTAÇÕES – Um F1 chega aos 100 km/h em apenas 2,2 s, bem mais rápido que os 3 s dos Indycars. Mas fica a perder em velocidade máxima (sempre dependente das configurações aerodinâmicas), chegando aos 370 km/h, enquanto um Indycar passa os 380 km/h!

PNEUS – A Fórmula 1 é equipa pela Pirelli que oferece cinco tipos de «slick», embora apenas três por corrida. Nos «States» é a Firestone quem fornece um pneu para seco e outro para molhado, apenas nas corridas em circuitos tradicionais.

Como se vê, não há nada que una os dois carros, a não ser a perseguição da melhor ‘performance’ possível. E se o Dallara faria má figura do G.P. do Mónaco, também não é linear que o McLaren MCL32 se desse bem na vertigem da velocidade da Indy 500. Também aqui… cada um é para o que nasce!

A McLaren foi recuperar a designação «Race of Two Worlds» para definir este seu fim-de-semana em que corre, ao mesmo tempo, no Mónaco com a Fórmula 1 e em Indianápolis com os Indycars. É a memória de uma iniciativa que decorreu em 1957 e 58, com convite aos melhores pilotos das 500 Milhas de virem a este lado do Atlântico baterem-se com os melhores da F1 na oval de curvas bem inclinadas da pista de Monza. A «Corrida dos Dois Mundos» acabou por não ter grande sucesso por falta de adesão dos europeus, embora a edição de 1958 ainda tenha sido a mais concorrida, com vitória de Jim Rathmann que venceria a Indy 500 em 1960.

Resta agora ver o que a equipa consegue hoje, de ambos os lados do Atlântico. As coisas até estão com melhor aspecto nos «States», mas Alonso terá de enfrentar uma corrida longa (são 800 km!) como nunca fez na F1. Mais complicada está a situação na F1, com penalizações a estragarem os magníficos treinos de Vandoorne (cai 3 lugares, saindo de 13.º) e de Button (largar da última linha). Mas poderá ser um dia memorável para a equipa agora liderada por Zak Brown!

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