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Ninguém se entende na F1, Todt e Ecclestone com faca e queijo nas mãos!

Já se esperava… Ninguém se entendeu na reunião de Londres entre os principais intervenientes na Fórmula 1 acerca de qualquer assunto e o caos está instalado em todas as direcções: custos dos motores, aerodinâmica para 2017 e até o desenvolvimento dos pneus mais largos. Tudo está em causa, não houve qualquer acordo quanto ao futuro da F1! Assim, a disciplina passa a imagem de enorme barco à deriva, sem que os tripulantes se entendam. Mas acaba de abrir a porta a decisões ditatoriais de Jean Todt e Bernie Ecclestone…

De facto, quando os interesses são tão diversos e a vontade de consensos tão reduzida, chega a uma altura que só mesmo uma mão de ferro consegue pôr ordem na casa… E foi o que construtores e equipas acabaram de fazer pois, ao falharem clamorosamente na apresentação das propostas pedidas para melhorar a F1 e reduzir os custos, deram automaticamente carta branca aos presidentes da FIA e da FOM, Jean Todt e Bernie Ecclestone, respectivamente, para serem eles a tomar as decisões, sem contemplações!

Um dos assuntos cruciais era a redução do custo do fornecimento de motores às equipas privadas dos actuais vinte e poucos milhões de euros para algo em torno dos doze milhões. Para isso falava-se na adopção de componentes comuns para todos os motores, como baterias, injectores, turbos e até os sistemas híbridos MGU-K e MGU-H. Mas logo aqui houve questões inultrapassáveis, como o grupo propulsor da Mercedes ter um sistema de alta tensão enquanto o da Ferrari usa um de baixa tensão, impedindo assim a partilha de baterias.

Conclusão: não houve qualquer acordo para baixar o preço dos motores. O que volta a abrir a porta à proposta de Todt e Ecclestone para arranjar fornecedores externos de motores aos privados, com custos a rondar os seis milhões por ano. Algo que revolta os construtores que vêem muito reduzidos os retornos dos seus avultados investimentos, prometendo por isso grande agitação para os próximos meses…

A questão das grandes alterações aerodinâmicas para 2017 também dividiu as equipas, apesar de haver oito (de onze) que estavam de acordo. A Red Bull, contudo, manifestou-se contra, defendendo que os monolugares com asas maiores e pneus mais largos serão de facto muito mais rápidos em curva mas tornarão as ultrapassagens ainda mais difíceis, por ser quase impossível os carros seguirem colados ao da frente. A equipa austríaca (e outras duas) defende que, se é para tornar as ultrapassagens mais difíceis, mais vale deixar tudo como está…

A protecção da cabeça dos pilotos também não conseguiu unanimidade, embora o esquema apresentado pela Mercedes tenha sido admitido como o mais viável. A questão é que há equipas que defendem que, respeitando o conceito da estrutura, deverão ter liberdade de interpretação, fazendo o seu próprio «design». Mais um tema em que não se chegou a uma conclusão…

Por fim, nem mesmo numa coisa tão simples como permitir que a Pirelli fizesse testes em pista com os novos pneus mais largos previstos para 2017 foi possível um consenso! E, assim, a marca italiana terá de desenvolver pneus totalmente novos recorrendo apenas aos seus bancos de ensaios, a não ser que compre chassis de F1 antigos e teste os pneus por sua conta e risco… Razão avançada pelas equipas para não alinharem no trabalho da Pirelli: contenção de custos! Enquanto o «umbiguismo» continuar a guiar os intervenientes na Fórmula 1, o futuro da disciplina pode estar, de facto, em perigo…

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