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Pilotos alertam: exigências de perda de peso põem saúde em risco!

A história começa a repetir-se quase todas as épocas: as exigências cada vez mais draconianas que as equipas fazem aos seus pilotos para perderem peso, coloca problemas complexos a estes atletas de alta competição. Apesar do peso mínimo dos F1 ter aumentado em 2015 para 702 kg (carro mais piloto com todo o equipamento, mas sem gasolina), as equipas aproveitam-no para reforços que garantam a fiabilidade e, quando a caça ao grama vai ao ponto de até nas botas de competição se «discutirem» 10 gramas, o peso do piloto é crucial.

Agora, em Barcelona, foi Carlos Sainz quem, em declarações à agência Reuters, chamou a atenção para o facto de a saúde dos pilotos poder ser posta em risco com esta obsessão de os fazer perder peso, exigindo ao mesmo tempo que estejam em excelente condição física. «Como se pode querer que um piloto explore o seu potencial ao mais alto nível quando se lhe pede para perder três ou quatro quilos do seu peso ideal? Ou uma coisa ou outra… Queremos chegar ao teste o mais fortes possíveis, mas não o podemos fazer por causa do peso».

O problema não se resume apenas ao espanhol, Daniel Ricciardo já revelara que estava sob dieta rigorosa por ter ainda de perder algum peso, além dos três quilos que já perdera nas últimas semanas. E o mesmo se passa com Max Verstappen e até com o pequeno e, aparentemente «lingrinhas» Kevin Magnussen… «Eu ainda estou a crescer em termos de força porque só tenho 18 anos», comentou Verstappen que foi obrigado a perder dois quilos. «E com o treino ganha-se músculo que acrescenta peso. Ora eu ando à volta dos 68-69 kg, o que não é fácil quando se tem 1,80 m e se vem de uma família bem constituída!».

Este ano, estas novas exigências podem também estar relacionadas com mais algum peso acrescido nos carros, por causa dos reforços extra em torno da protecção acrescida em torno da cabeça dos pilotos e da tubagem adicional para os escapes extra. «No nosso caso, o carro tem maior distância entre eixos, o que o torna mais longo e um pouco mais pesado», confidenciou Sainz, da Toro Rosso.

O peso habitual do espanhol é de 70 kg (para 1,78 m) e foi-lhe pedido para perder três ou quatro… «É um pouco drástico, talvez os pilotos devessem discutir isto. Ouvi coisas bem terríveis do que o Jean-Eric Vergne teve de fazer…». Vergne, ex-piloto da Toro Rosso, chegou a ser assistido no hospital após o G.P. da Austrália de 2014 por fraqueza extrema, devido à dieta que lhe fora imposta! Em tempos, já Lewis Hamilton levantou a sua voz contra estes regimes bárbaros a que os pilotos estavam sujeitos.

Para as equipas, o ideal é ter o piloto o mais leve possível para que o conjunto fique até abaixo do peso limite. Dessa forma poderão colocar o lastro nos pontos em que mais convier para ajudar a melhorar o equilíbrio do chassis. Mas, de facto, estão a atingir-se pontos em que a F1 tem de decidir se pretende atletas de alta competição para guiar carros sujeitos a forças violentíssimas ou «pesos-plumas» que já nem nas «passerelles» dos desfiles de moda são admitidos... «Nós gostamos de nos treinar e de estar bem preparados fisicamente para um desporto que é muito duro. O nosso objectivo não é sermos os pilotos mais magros do Mundo!», concluiu Sainz.

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