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Porque não gostou Vettel do Shield e outras limitações detectadas…

Sebastian Vettel era para fazer uma experiência minimamente válida com a nova protecção do habitáculo inventada pela FIA, o Shield, autêntico escudo em policarbonato totalmente transparente a envolve o «cockpit» do Ferrari, menos por cima. Mas ao fim de menos de uma volta, disse que já chegava e pediu para lhe tirarem aquela «coisa» do carro… Apesar das muitas experiências que a FIA assevera já ter feito em laboratório e em ambiente exterior, o teste em condições reais não foi lá muito positivo.

«Experimentei o Shield e senti-me um pouco entontecido», disse o alemão, depois de ter feito apenas a volta de instalação com o dispositivo montado, quando ele próprio esperava rodar mais… «A visão dianteira não é muito boa. Talvez seja por causa da curvatura [da superfície transparente], causa uma certa distorção. Além disso nas rectas há um efeito aerodinâmico que me empurrava o capacete para a frente. Tínhamos planeado fazer algumas voltas com o dispositivo mas não gostei e tirámo-lo».

Quanto às maiores dificuldades que o Shield coloca no acesso e, em especial, na rápida evacuação do habitáculo, Vettel (que sempre se mostrou favorável a algum tipo de protecção dos habitáculos) desvalorizou: «O entrar não é problema, mas sair rapidamente terá mais a ver com uma questão de habituação. Não foi esse, de todo, o problema principal».

Outra dificuldade sentida por Vettel foi, ainda na sua «box», controlar os tempos no ecrã de televisão que tem agora de ficar mais longe dos seus olhos e tem letras relativamente pequenas. Mas essa seria uma questão de fácil resolução.

Mais complexa é uma consequência que foi levantada pelos comissários de Silverstone, devido à altura da superfície de policarbonato. Em caso de avaria do carro, os comissários não conseguem chegar ao botão que coloca a caixa de velocidades em ponto-morto e têm também dificuldade em chegar à luz de aviso médico… Perante problemas tão básicos e aparentemente fáceis de prever (distorção provocada pela curvatura do «vidro», dificuldade de acessos dos comissários), será que os testes exaustivos que a FIA afirma ter feito com este dispositivo se limitaram a ensaios de impacto?...

Porque também se continua sem respostas em relação à sua limpeza, não só nas corridas com a pista molhada mas, em especial, quando aquelas superfícies transparentes ficarem com óleo do carro que vai à frente ou «picadas» pelas pedrinhas levantadas do asfalto. Por alguma coisa os pilotos usam várias camadas de película sobre as viseiras, mesmo com a pista seca, para irem retirando ao longo da prova, de forma a terem sempre uma boa visibilidade…

Daí as vozes de preocupação – primeiro Chistian Horner, da Red Bull, hoje também Paddy Lowe, da Williams – quanto à rapidez com que este processo se está a desenrolar. Lowe levantou também dúvidas quanto aos reflexos na superfície transparente, embora dizendo logo que há formas de resolver esse problema. A questão é que o fracasso do teste hoje efectuado por Vettel colocou uma série de novas questões à FIA que terá de as resolver até ao início de Setembro, quando pretende fazer uma nova experiência, com todo o pelotão, no G.P. de Itália…

E, já se sabe porque a FIA tratou logo de avisar: os carros de 2018 terão algum tipo de protecção dos habitáculos. Se este Shield não conseguir evoluir ao ponto de receber a aprovação de pilotos e equipas, será recuperado o feioso Halo que tanto horrorizou os fãs da Fórmula 1…

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