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O que impede o McLaren/Honda de andar normalmente?

Para os menos habituados aos «timings» do desenvolvimento tecnológico, os McLaren/Honda são já a grande desilusão da temporada de 2015 que mal começou… Agora, na Malásia, duplo abandono, além de Button ter perdido um motor nos treinos. Os mais avisados sabem que tecnologia tão complexa como a dos V6 turbo híbridos demora algum tempo a dominar, mas também acham estranho que, tendo anunciado o regresso à F1 em Março de 2013, a Honda tenha chegado aparentemente tão pouco preparada.

Pelos dados dos treinos da Austrália, os McLaren/Honda estariam entre 3,8 e 4,5 s por volta mais lentos que os Mercedes, uma enormidade! Segundo uma fórmula empírica usada por muitos engenheiros – o atraso de 0,016 s corresponde à diferença de 1 cv de potência – o grupo propulsor da Honda deverá ter cerca de 200 cv menos que o da Mercedes! E, pelas velocidades de ponta, mais concretamente pela forma como o carro acelera à saída das curvas lentas, percebe-se que o principal problema virá do sistema híbrido que dá a potência extra quando o piloto acelera a fundo, libertando mais 160 a 200 cv extra. E mesmo com claras melhorias na Malásia, a distância para os restantes ainda é enorme!

Ora parece ser aqui que reside o maior (mas não único!) problema dos McLaren/Honda, relacionado com as exigências da McLaren para a Honda «miniaturizasse» ao máximo o grupo propulsor, de forma a interferir o menos possível na aerodinâmica do MP4/30. «Estava fora de questão que o motor, seus acessórios e sistemas de recuperação de energia fossem um travão à ‘performance’ aerodinâmica», assumiu o director da McLaren, Eric Boullier.

Os japoneses recorreram a algumas inovações tecnológicas – por exemplo, a entrada de ar sobre a cabeça do piloto é bipartida, uma parte alimenta o V6 turbo, a outra refrigera o «intercooler» do sistema híbrido MGU-H que aproveita o calor do turbo – e a sua complexidade tem originado problemas que não apareceram em ambiente laboratorial.

Por outro lado, ao contrário do que possa parecer, a Honda desenvolve o seu motor há menos tempo que Mercedes que teve dois anos de trabalho antes de o levar à pista. Por fim, há também uma certa inexperiência nalguma das tecnologias empregues na F1, como a recuperação de energia do calor libertado pelo turbo (ilimitada) ou a combustão de mistura pobre no V6 turbo.

Por tudo isto, mais o facto de só ter uma equipa para desenvolver o motor, enquanto a Mercedes trabalha com quatro, é de esperar que a Honda demore ainda bastante tempo a apanhar os dominadores do Mundial. «Pode ser que demoremos até dois anos!», reconheceu Boullier.

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