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Halo começa a pôr problemas às equipas na construção dos carros de 2018

A imposição e adopção algo apressada do Halo para 2018, por parte da FIA, está a colocar problemas complexos às equipas para terem os seus carros do próximo ano prontos a tempo dos primeiros testes. Já se sabe que das três grandes da frente ninguém se queixa, não só porque alinham pelo politicamente correcto mas porque têm meios quase infinitos para fazerem as coisas… Por isso, nada como dar ouvidos a um dos responsáveis da Force India, equipa que com um orçamento muito mais pequeno está a fazer uma época notável, com o 4.º lugar no Mundial!

Otmar Szafnauer não tem de estar com os «paninhos quentes» dos construtores e assume que a introdução tardia do Halo – a decisão foi comunicada já em finais de Julho – poderá colocar problemas nos prazos de conclusão do novo monolugar: «Poderá atrasar o carro do próximo ano, porque há um período de tempo finito para desenhar e construir a monocoque», referiu ao site «Motorsport».

«Se não tivermos uma definição nesse período de tempo, o resultado é um atraso na produção. Neste momento, parece-nos ser ainda possível fazer o carro a tempo dos primeiros testes», referiu o chefe de operações da Force India, colocando um importante… «senão»: a severidade dos «crash tests» impostos pela FIA que poderão deixar as equipas totalmente desnorteadas em caso de alguma falha, já que a colocação do Halo implica alterações na forma da construção da própria monocoque!

«Recordo-me de quando tivemos de mudar o arco de protecção porque as exigências dos testes aumentaram brutalmente. Demorámos uma imensidão de tempo até termos um que passasse nos testes, fartámo-nos de desenhar e redesenhar peças que falharam. Mas ali, o fácil é que era só colocar essa peça, tirar e pôr outra, não era preciso redesenhar toda a monocoque», recorda Szafnauer. «Agora se os critérios forem tão elevador que o Halo falhe e essa falha leve a que a monocoque falhe, então… estaremos tramados».

Por tudo isto, o responsável da Force India diz-se contra a introdução do Halo já em 2018, defendendo que só em 2019 deveria ser obrigatório, para que os carros começassem a ser projectados já a contar com esse dispositivo, o que não foi o caso dos monolugares do próximo ano… «Foi à pressa… Teria sido melhor termos mais um ano para o fazermos como deve ser. Agora, a única maneira de parar isto é a própria FIA adiá-lo por um ano. Seria mais seguro fazê-lo correctamente do que apressar tudo».

A Force India não pode concentrar-se totalmente no carro de 2018 pois tem ainda muito que fazer esta época para defender o brilhante 4.º lugar que ocupa neste momento no Mundial, igual à classificação atingida no ano passado, mas com mais 27 pontos do que somara por esta altura! A equipa prepara-se, aliás, para contratar mais pessoal, reforçando as suas aspirações para, no próximo ano, começar a tentar aproximar-se do trio da frente.

«Somos agora quase 400 pessoas e o objectivo é sermos 425-430. Sabemos exactamente de quem precisamos e para que lugares, por isso não vamos contratar só por contratar, para termos mais gente. Não nos vamos apressar, só contrataremos quando encontrarmos as pessoas certas», referiu Szafnauer que também aludiu a outro detalhe interessante. «O facto de haver equipas grandes que quererão ficar mais pequenas [McLaren? Williams?...] poderá ajudar-nos nessa missão».

«A nossa posição é ‘aqui estamos nós em 4.º, o que será preciso para atacar os três à nossa frente?’ e depois dar pequenos passos para nos aproximarmos disso», concluiu Szafnauer, um dos responsáveis pela notável evolução que a pequena (bem… já não tão pequena assim!) equipa de Silverstone vem fazendo nos últimos anos!

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