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Hamilton assumiu culpas, após o erro de Rosberg! Afinal o que se passou?

Passadas horas suficientes para a poeira assentar e as cabeças esfriarem, arrumada que está a questão «administrativa» – acidente de corrida, sentenciaram os comissários desportivos, sem sanções para os pilotos –, o que aconteceu entre Nico Rosberg e Lewis Hamilton para deixar os dois Mercedes fora do G.P. de Espanha logo na curva 4? A verdade é que nem na cúpula da equipa há uma opinião unânime!

Niki Lauda apontou logo o dedo a Hamilton e confirmou posteriormente que o britânico assumira, dentro da equipa, a culpa do acidente que deixou os dois Mercedes KO. «Eu sou muito a preto-e-branco e se alguém nos diz ‘malta, desculpem’, se alguém comete um erro e o assume, para mim a história é passado. E o Lewis olhou-nos nos olhos e assumiu a culpa. Por mim está tudo bem!».

Toto Wolff não alinha com Lauda, lembrando que «há um outro factor a considerar na análise do acidente». E explica: «O Nico estava no modo errado do seu motor, por isso era tão mais lento que o Lewis e isso explica porque tudo aconteceu tão depressa. Eles tiveram de tomar decisões numa fracção de segundo». E foram os dois para o mesmo lado, com Hamilton a entrar na relva, perdendo naturalmente o controlo do seu Mercedes que acabou por abalroar o de Rosberg.

O que sucedeu, então, e que levou os comissários a dividirem as culpas? Se pode ter havido um erro de apreciação espacial por parte de Hamilton, em relação ao «buraco» à direita para passar Rosberg, este também «fechou a porta» de forma algo brusca, obrigando-o a ir à relva, embora tivesse o direito de defender a posição. Logo, acidente de corrida, sem dúvida. Agora, o que colocou o alemão numa posição tão vulnerável, isso é outra história…

Desde que foram proibidas as comunicações detalhadas via rádio entre engenheiros e pilotos (G.P. da Bélgica do ano passado) que o ultra complexo procedimento de partida se tornou uma dor de cabeça, pelos inúmeros passos e botões a operar. O volante da Mercedes, como se vê na foto 2, tem até três pequenos autocolantes cheios de códigos para recordar os procedimentos aos pilotos! E o que aconteceu foi que Rosberg se esqueceu de seleccionar o modo certo do motor após o arranque.

Devia ter colocado o comando rotativo à esquerda na posição 3 e tinha-o na posição 12, usado para o carro gastar pouca energia na volta de formação da grelha. Isso não o impediu de fazer uma boa partida e até de passar Hamilton na curva 1, usando a energia existente na bateria que, no entanto, não foi recarregada na travagem por o sistema estar no modo errado. Quando da subida pela curva 3, Rosberg ficou sem os 160 cavalos extra do sistema híbrido MGU-K (da regeneração de energia de travagem) e a luz vermelha na traseira do seu carro começou a piscar, sinal de que estava em modo de conservação de energia.

Vendo-o mais lento (17 km/h) e com a luz a piscar, Hamilton percebeu logo o que se passava e atacou de forma decidida. Entretanto, Rosberg também compreendeu o seu erro, mudou o comando da posição 12 para a 3, ajustou o balanço de travagem para a curva 4 e ainda carregou no botão laranja OT (em cima, à esquerda) que dá um «boost» de energia instantâneo para tentar recuperar velocidade. Ao mesmo tempo, chegou-se à direita para se defender do ataque de Hamilton e foi aí que tudo se descontrolou…

Ou seja, Hamilton pode até ter assumido culpas mas, na verdade, tudo tem origem num erro de Rosberg. Logo, a divisão de responsabilidades é uma decisão equilibrada. Mais difícil será reequilibrar o ambiente entre os dois que, este ano, até parecia ter ganho uma nova harmonia… Resta dizer que este foi o primeiro abandono de dois Mercedes num Grande Prémio desde o G.P. da Austrália de 2011!!

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