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O dia mais horrível para Hamilton, a corrida mais odiada para Toto Wolff…

No final da corrida de ontem, entre festa, comemorações, entusiasmos e gritos, havia um certo… estado de choque que perpassava por toda a equipa Mercedes, pelo que sucedera na hora e meia anterior a Lewis Hamilton confirmar a conquista do quarto título, terceiro com a equipa: «Odiei cada segundo desta corrida, foi demasiado má e longa», dizia o director Toto Wolff. «Era a forma mais improvável de conseguir o título, mas que podia fazer?», interrogava-se Hamilton.

«Já tinha dito que não ia facilitar na partida porque queria lutar pela vitória na corrida, mas até acho que deixei bastante espaço para o carro de trás… Nem sei bem o que sucedeu…», comentou o novo tetracampeão. «Mas o que posso dizer? Só posso agradecer a toda a gente que tanto trabalhou em Brackley e Brixworth porque este ano ganhar os dois títulos foi muito mais difícil e se, há uma semana, já tinha sido um feito conquistarmos o campeonato de Construtores, terem-me ajudado a atingir este feito, só lhes posso estar grato!».

O piloto da Mercedes não tinha dúvidas: «Este foi, sem dúvida, o título mais difícil de conquistar», disse, colocando-o mesmo à frente do seu primeiro, em 2008, que garantiu a uma curva do final… «Este ano, estando numa posição de efectivamente liderar a equipa, ajudar a motivar e dirigir o desenvolvimento do carro para onde queria que ele fosse, juntamente com um fantástico companheiro de equipa, e lutando com uma enorme equipa como a Ferrari e com o mais bem-sucedido piloto da F1 (agora estamos empatados…), foi aquele desafio gigante que tanto procurava».

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Hamilton já tinha feito referência ao crescimento interior que tinha significado esta época para si, levando-o, no seu entendimento, a guiar melhor que nunca. «Não deixei pedra sobre pedra, tudo tentei para elevar a fasquia», disse. Contudo, no início da prova aparentou dificuldades para passar pilotos mais lentos… «Hoje foi o dia mais horrível, estar 40 s atrás, em ‘terra de ninguém’, sem saber onde estava em termos de campeonato e tentar passar outros pilotos, foi um desastre…».

Por tudo isto houve quem perguntasse a Niki Lauda se não tinha sido uma forma invulgar de Hamilton chegar ao título, ao que o austríaco, com o pragmatismo que o caracteriza, respondeu: «Não há formais invulgares de se ser campeão, é-se campeão e ponto! Este ano o Lewis melhorou brutalmente, foi um passo incrível. Teve um carro difícil de guiar, que não era tão fácil como o do ano passado, mas mesmo assim conseguiu ganhá-lo».

Homenagem que também James Allison, o director-técnico que, depois de um longo período de intervalo que se seguiu à saída da Ferrari, passou a integrar a Mercedes: «Foi uma corrida bem estranha… A semana passada ganhámos os Construtores, mas este é o título que conta e, depois da época que tivemos, é difícil imaginar um campeão que mereça mais que o Lewis. Ele é um dos últimos grandes personagens deste desporto».

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Mas era Toto Wolff, o homem que reconhece que, por vezes, fica com alguns cabelos brancos por causa do comportamento «politicamente incorrecto» do seu piloto, quem se dizia «imensamente aliviado». «Durante a corrida temos sentimentos divididos porque não estamos onde devíamos… Podíamos perder e tudo passava para São Paulo. Mas é um grande alívio! Encontrei o Lewis no fundo da garagem e juro que raramente abraço homens meio despidos e suados, mas foi uma sensação fantástica!».

E Wolff recordou que, nestas coisas, nunca se pode dar nada por adquirido, como a corrida de ontem demonstrou: «Temos esta grande vantagem de pontos e as pessoas dizem «Ok, está feito’, mas não está! Isto é desporto automóvel e depois sucede aquele incidente, o Sebastian podia ter ganho e nós podíamos ter abandonado. Se não estivesse o título em jogo penso que teria havido ali uma penalização… O Max [Verstappen] também sabia que estava muito em jogo para o Lewis e o Sebastian. Mas é horrível porque, no carro, o Lewis não sabia qual era a situação do campeonato, até que lá lhe conseguimos explicar e tudo ficou mais calmo».

E assim se passou uma tarde de nervos à flor da pele na «box» da Mercedes e no carro 44, mas que terminou como equipa e piloto tinham desejado. No fundo, uma decisão do título um pouco à imagem desta segunda metade da época: os resultados a aparecerem, mas nem sempre da forma que se esperava…

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