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Também a Petronas é tetracampeã que a Mercedes não dispensa!

A próxima prova do Mundial de Fórmula 1 coloca sempre novos e complexos desafios às mecânicas. Não pela enorme recta da meta do autódromo Hermanos Rodriguez, mas pela elevada altitude a que se encontra a Cidade do México, a cerca de 2200 metros, muito superior às provas que se lhe seguem na lista das mais elevadas, Interlagos (Brasil), a 800 metros e Red Bull Ring (Áustria), a 700 metros.

O maior problema é a menor densidade do ar que àquela altitude já se faz sentir e bem! Os pilotos sentiriam que estavam a guiar carros de Fórmula 2 se os motores fossem atmosféricos, tal a perda de potência que sofrem, mas tratando-se de turbos, os fabricantes de motores conseguem sempre compensar a «falta de ar» colocando os turbocompressores a rodar ainda mais depressa, embora com riscos para o material.

Assim, as maiores dores de cabeça no México são a refrigeração da mecânica (pela menos densidade do ar), mas também conseguir a mistura ideal ar/combustível para uma combustão perfeita, de forma a extrair o máximo da potência dos motores V6. E aqui voltam a entrar em campo as petrolíferas, com produtos específicos para uma corrida como esta e a Petronas de novo na linha da frente, como explica Andy Cowell, responsável pelos motores de F1 da Mercedes.

«O nosso combustível, o Petronas Primax, desempenha um papel crucial em todo o funcionamento do motor e na optimização da combustão, pela forma como consegue ser atomizado e se mistura com o oxigénio do ar. Além disso, o Petronas Primax prepara as condições para que, quando a grande e potente vela emite a sua faísca, se dê a combustão com uma pressão elevadíssima e uma enorme libertação de calor».

Nigel McKinley, responsável especificamente pela área da combustão, o violento processo que acontece dentro de cada cilindro, vai ao detalhe: «Temos de conseguir a mistura ar/combustível precisa que leve à optimização da combustão. Para isso os nossos engenheiros trabalharam com o nosso parceiro Petronas para chegarem à melhor estrutura molecular da gasolina, para que o combustível e o nosso sistema de combustão trabalhem em harmonia, maximizando todo o potencial».

McKinley adianta números que são verdadeiramente impressionantes sobre o que se passa dentro de um motor de Fórmula 1! «As forças envolvidas no processo de combustão são gigantescas: a pressão dos gases é a equivalente ao peso de quatro elefantes em cima de cada um dos seis cilindros; o pico de temperatura atingida na câmara de combustão é de 2750 ºC, ou seja, cerca de metade da temperatura da superfície solar; e há 200 explosões no tempo do piscar de olhos, 50 mil numa volta ao circuito, mais de 30 milhões na vida útil de cada motor V6».

Mas, afinal, qual a influência de um combustível num motor de F1? A luta entre as petrolíferas é tão intensa como entre as equipas e calcula-se que a evolução do combustível Petronas Primax tenha já dado à Mercedes, este ano, um ganho de 7% em potência, só na gasolina! Em cada época (de uma vintena de corridas), a Petronas desenvolve cerca de 40 combustíveis diferentes que são, depois, testados para serem escolhidos os que melhor se adaptam à evolução do motor e às características do Grande Prémio, não só ao traçado, mas até às condições meteorológicas e, claro, à altitude, como sucederá no próximo fim-de-semana!

Mesmo nos circuitos, a petrolífera malaia tem um permanente controlo de qualidade, com um laboratório e os seus técnicos a definirem, em colaboração com os engenheiros da Mercedes, qual o melhor combustível ou lubrificante (dos homologados juntos da FIA) a usar. Segundo a Petronas, os seus técnicos recolhem 340 amostras para análise durante cada fim-de-semana de Grande Prémio!

Nestes últimos anos de sucesso, desde 2014, a petrolífera malaia formulou mais de 200 misturas de combustíveis que foram testadas e avaliadas pela equipa Mercedes AMG Petronas. Mas, de todas essas, só pouco mais de 20 foram realmente usadas em treinos ou corridas!... Em simultâneo foram desenvolvidos mais de 50 lubrificantes para o motor, transmissão ou líquidos para sistemas hidráulicos.

Como se vê, quando se fala de parceria, o termo tem toda a razão de ser. Até porque também já houve avanços no sentido inverso, com a Petronas a revelar que, graças à aprendizagem feita na Fórmula 1, já lançou cinco novos produtos no mercado para os automóveis do dia-a-dia, com destaque para os óleos Syntium.

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